Estive com muitos militantes da concelhia de Viseu no Porto para participar na Festa da Democracia. No Porto o secretário geral do PS teve um bano de multidão. São sinais claros de que a mudança de políticas e de governo está para breve.
"O secretário-geral do PS prometeu este domingo que a
palavra dada pelos socialistas será «palavra honrada» e afirmou que a principal
missão de um Governo socialista será a de acabar com a incerteza, devolvendo
«tranquilidade e segurança» aos portugueses.
António Costa falava no encerramento do comício/festa,
no pavilhão Rosa Mota, no Porto, que comemorou o 42º aniversário da fundação
deste partido, num discurso que antecedeu o do antigo Presidente da República
Mário Soares.
«Os nossos compromissos serão isso mesmo:
palavra dada é palavra honrada. É isso que faremos nos nosso próximo ciclo de
governação», declarou o secretário-geral do PS, procurando transmitir a
mensagem que o rigor será «a marca da governação do PS» e num ponto em que
aproveitou para atacar o primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos
Coelho.
«Esse rigor do PS começará já nesta
campanha eleitoral, porque ninguém nos verá a fazer o que fez o atual
primeiro-ministro [em 2011] em campanha, prometendo que não cortava o que veio
a cortar no Governo e prometendo não aumentar o que veio a aumentar no Governo.
Nós só assumiremos compromissos perante os portugueses depois de testar a sua
capacidade, consistência e sustentabilidade.
Podemos dizer olhos nos olhos aos
portugueses que o que nós nos comprometermos a fazer na oposição é o que
faremos no Governo. Só temos uma cara, só temos uma palavra»,
contrapôs.
António Costa procurou também combater a ideia
de que um Governo socialista poderá fazer regressar o país à conjuntura de
dificuldades financeiras de 2010 e 2011. Numa resposta às mais recentes intervenções do
primeiro-ministro sobre rigor na gestão pública, o líder dos socialistas disse
não temer comparações, dando como exemplos as gestões socialistas de Gaia,
Lisboa ou da Região Autónoma dos Açores em contraste com a Madeira.
«Conhecemos bem o
estado a que isto chegou», disse, numa crítica ao executivo liderado por Pedro
Passos Coelho, acusado de ter aumentado a dívida do país e de ter colocado em
curso uma política contrária aos interesses de todas as gerações: Idosos
(cortes nas pensões), cidadãos de meia-idade (fim da formação profissional e
desemprego de longa duração), jovens (precariedade laboral) e crianças (um
terço delas em risco de pobreza).
António Costa acusou
ainda o primeiro-ministro de «nada ter aprendido com os erros» da sua
governação, insistindo na redução dos custos do trabalho e no corte permanente
das pensões.
Neste contexto, o
secretário-geral do PS deixou depois um apelo: «É tempo de acabar com esta
incerteza, esta intranquilidade e esta insegurança; a principal missão do PS é
precisamente a de dar aos portugueses esperança, segurança e sentido de
futuro».
Para António Costa, «é
necessário devolver tranquilidade e segurança quanto ao dia de amanhã, criando-se
de novo um clima de diálogo em Portugal», através da mobilização da concertação
social e da existência de «compromissos políticos positivos».
«A missão do PS foi sempre a de unir o que
estava dividido, de resolver aquilo que ninguém conseguia resolver e de lançar
o diálogo. Esse é o grande desafio que temos de concretizar», disse, antes de
se referir diretamente às próximas eleições legislativas, num novo apelo, este
destinado à mobilização dos eleitores.
«Temos de acender no coração dos
portugueses a mesma convicção e crença com que há 40 anos muitos saíram à rua,
estiveram horas numa fila para votar e poderem escolher o seu futuro. Como se
dizia então, o voto é a arma do povo.
Hoje o voto continua a ser a arma do povo
e, quando nos dizem que não há outras soluções e que não é possível fazer
diferente, temos de responder que em democracia é sempre possível fazer
diferente e que há uma alternativa, a do PS», acrescentou."
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