sexta-feira, 27 de março de 2015

(Opinião) Comboio, “até ao final da legislatura”

Antiga estação da CP que Cavaco e o PSD destruiram
A polémica sobre a ferrovia e o recorrente “dito por não dito” que caracteriza este Governo faz com que hoje lembre um artigo que escrevi em outubro de 2011: “O comboio chega a Viseu em 2015”! É o meu contributo para os eleitores poderem avaliar da seriedade do discurso do PSD e do Governo.
Há quatro anos era ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, sendo Almeida Henriques o seu secretário de estado Adjunto e da Economia. Sérgio Monteiro mantém-se ainda como secretário de estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações. E o texto é este:
“Um diário nacional refere o nosso conterrâneo, o ministro Álvaro Santos Pereira, na sua reunião partidária com o PSD Viseu, como tendo deixado a ideia e afirmação de que “quanto à ferrovia, com estação prevista na cidade, com terrenos já reservados, a promessa tem um calendário”: “ATÉ AO FINAL DA LEGISLATURA”.
A notícia não poderia ser melhor. Significa, logo à partida, que o calendário do governo anterior é antecipado de 2017 para 2015. A ligação entre o porto de Aveiro e a linha do norte é uma realidade e a REFER tem em curso o estudo de viabilidade para o troço que integra Aveiro-Salamanca. Há, pois, que dar continuidade.
Assim, não teremos atrasos, nem mudança de conceito, porque já não se tratava de um TGV, mas de um “Transporte de Prestações Elevadas” ou de “Velocidade Boa” como gosta de dizer o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Portanto, nada a modificar!
Depois dos governos de Cavaco Silva terem desativado o comboio na nossa região, sem qualquer alternativa, este compromisso de terminar o que o PS começou é da maior importância. E o que realmente importa não é o responsável dos trabalhos em curso, mas o facto dos mesmos prosseguirem. E a existência de terrenos reservados ajuda à celeridade do processo.
Neste contexto, refiro também a noticia desta semana que, finalmente, garante a linha Lisboa-Madrid, assegurando um corredor estratégico importante e não perdendo o direito a 1300 milhões de euros anteriormente negociados com Bruxelas.
Esta é uma atitude que deve fazer caminho: continuar e valorizar as ideias e projetos dos governos que antecederam. A cor política nunca deve impedir a materialização de ambições de relevante interesse nacional, nem a aplicação adequada de dinheiros nacionais e comunitários por constituírem impulsos de desenvolvimento integrado, melhor economia, mais competitividade e emprego.
Ao que parece o ministro da Economia e do Emprego estará nesta linha. Esta atitude demonstra que, por vezes, a ausência de ideias novas pode ser colmatada pelo bom aproveitamento das que já existem. É o caso!”


DV 2015.03.25

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