sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

(Opinião) … As carreiras aéreas!

Este ano vão começar as carreiras aéreas entre Bragança, Vila Real, Viseu e Lisboa. Convém esclarecer que não é para a capital propriamente dita, mas sim para Tires, em Cascais, aeródromo municipal que esteve fechado algum tempo.
Aconteceu a 10 de outubro último, depois de uma inspeção realizada pela Agência Europeia para a Segurança na Aviação, com a seguinte explicação: "A decisão de fechar o aeródromo teve por base a falta de serviços meteorológicos obrigatórios. Temos uma estação automática que não está certificada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera e que devia estar, além de não termos um meteorologista.
Depois sim, é só ir de Tires até Lisboa, num ápice, facilidade que todos conhecemos. E vice-versa para regressar a terras de Viriato. Imagino que as filas no aeródromo Gonçalves Lobato – e para chegar e regressar de Tires - serão imensas.
É uma promessa do presidente da câmara e um compromisso do governo. Sabe-se, desde já, que a operação vai ser fortemente subsidiada para que seja financeiramente comportável para os passageiros.
A não ser assim, paga por fundos dedicados, seria um projeto economicamente inviável. Há quem tenha passado a vida, mais para ganhar eleições do que por convicção, a criticar a “subsidiodependência”. Como se vê, o tempo muda tudo! Trata-se, certamente, de solidariedade para com o interior, sobretudo para Bragança e, admitamos, até mesmo para Vila Real.
Veremos como funcionará para nós em Viseu. Os agentes económicos estão habituados a utilizar automóvel. Vão e regressam às horas que muito bem entendem, sem constrangimentos e com a possibilidade de resolver imprevistos que lhes impliquem mais tempo de permanência.
As outras pessoas, a generalidade, tal como eu, utilizam o automóvel ou uma camioneta direta. Apesar do IP3 ficar como está (mesmo sem contar com as promessas do presidente da câmara e as ilusões do governo) a viagem mais demorada, a de camioneta, não vai para além das 3,20h.
E o comboio também é uma alternativa, embora implique uma boleia para – ou de - Mangualde ou Nelas. Este último contratempo será resolvido em breve, também segundo o presidente da câmara, não com obra, mas talvez com uma promessa convincente para um próximo mandato, seja lá ele quando for.
Não quero desmerecer da iniciativa das carreiras aéreas, mas tão só sublinhar que para termos movimento aeronáutico há que conseguir uma área de negócio forte e esta implica, pelo menos, rotas internacionais para turistas ou emigrantes, sendo que para estes últimos já é muito frequente esta opção. É mais cómodo e mais seguro. Se reunirmos condições também poderemos realizar essa oferta.
A ser assim, a intervenção no aeródromo tem que ser de fundo, envolvendo a pista,
sinalização, equipamentos de segurança e eletrónica adequada. Independentemente de outras atividades genuinamente aeronáuticas, proteção civil, combate a incêndios, escola de pilotagem ou paraquedismo desportivo, a título de exemplo, a grande ambição passará sempre pela internacionalização dos voos.
Este ano de 2015 deverá ser, portanto, esclarecedor em matéria de compromissos para a mobilidade e a competitividade. A não ser assim, ficaremos a “ver navios” se alguém faltar às promessas!

DV 2015.01.07

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