Este ano vão começar as carreiras aéreas entre
Bragança, Vila Real, Viseu e Lisboa. Convém esclarecer que não é para a capital
propriamente dita, mas sim para Tires, em Cascais, aeródromo municipal que
esteve fechado algum tempo.
Aconteceu a 10 de outubro último, depois de uma inspeção
realizada pela Agência Europeia para a Segurança na Aviação, com a seguinte explicação: "A
decisão de fechar o aeródromo teve por base a falta de serviços meteorológicos
obrigatórios. Temos uma estação automática que não está certificada pelo
Instituto Português do Mar e da Atmosfera e que devia estar, além de não termos
um meteorologista.
Depois sim, é só ir de Tires até Lisboa, num
ápice, facilidade que todos conhecemos. E vice-versa para regressar a terras de
Viriato. Imagino que as filas no aeródromo Gonçalves Lobato – e para chegar e
regressar de Tires - serão imensas.
É uma promessa do presidente da câmara e um
compromisso do governo. Sabe-se, desde já, que a operação vai ser fortemente
subsidiada para que seja financeiramente comportável para os passageiros.
A não ser assim, paga por fundos dedicados, seria
um projeto economicamente inviável. Há quem tenha passado a vida, mais para
ganhar eleições do que por convicção, a criticar a “subsidiodependência”. Como
se vê, o tempo muda tudo! Trata-se, certamente, de solidariedade para com o
interior, sobretudo para Bragança e, admitamos, até mesmo para Vila Real.
Veremos como funcionará para nós em Viseu. Os
agentes económicos estão habituados a utilizar automóvel. Vão e regressam às
horas que muito bem entendem, sem constrangimentos e com a possibilidade de
resolver imprevistos que lhes impliquem mais tempo de permanência.
As outras pessoas, a generalidade, tal como eu,
utilizam o automóvel ou uma camioneta direta. Apesar do IP3 ficar como está
(mesmo sem contar com as promessas do presidente da câmara e as ilusões do
governo) a viagem mais demorada, a de camioneta, não vai para além das 3,20h.
E o comboio também é uma alternativa, embora
implique uma boleia para – ou de - Mangualde ou Nelas. Este último contratempo
será resolvido em breve, também segundo o presidente da câmara, não com obra,
mas talvez com uma promessa convincente para um próximo mandato, seja lá ele
quando for.
Não quero desmerecer da iniciativa das carreiras
aéreas, mas tão só sublinhar que para termos movimento aeronáutico há que conseguir
uma área de negócio forte e esta implica, pelo menos, rotas internacionais para
turistas ou emigrantes, sendo que para estes últimos já é muito frequente esta
opção. É mais cómodo e mais seguro. Se reunirmos condições também poderemos realizar
essa oferta.
A ser assim, a intervenção no aeródromo tem que
ser de fundo, envolvendo a pista,
sinalização, equipamentos de segurança e eletrónica
adequada. Independentemente de outras atividades genuinamente aeronáuticas,
proteção civil, combate a incêndios, escola de pilotagem ou paraquedismo
desportivo, a título de exemplo, a grande ambição passará sempre pela
internacionalização dos voos.
Este
ano de 2015 deverá ser, portanto, esclarecedor em matéria de compromissos para
a mobilidade e a competitividade. A não ser assim, ficaremos a “ver navios” se
alguém faltar às promessas!
DV
2015.01.07
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