Explosões e
tiroteios no âmbito de uma operação antiterrorista resultaram em pelo menos
três mortos junto à estação de Verviers, na Bélgica. Operação está relacionada
com jiadistas que estariam a planear atentados em Bruxelas.
Pelo menos três jiadistas morreram esta quinta-feira na sequência de uma
operação antiterrorista em Verviers, na província belga de Liége, avança o
"Le Soir".
Segundo a imprensa local, ouviram-se três ou quatro explosões e foram
disparados dezenas de tiros na Rue de Coline, no cruzamento com a Rue des
Écoles, junto à estação de comboios de Verviers no âmbito de uma operação
policial contra jiadistas que teve lugar esta quinta-feira em vários locais da
Bélgica. Em Verviers três alegados jihadistas foram atingidos a tiro pela
polícia, tendo dois deles acabado por morrer.
"Uma operação antiterrorista está em curso", declarou uma fonte
da autarquia à agência AFP, sem adiantar mais detalhes.
O assalto foi dado pelas forças de intervenção da Polícia Federal belga às
17h45 locais (16h45 em Lisboa). As pessoas que estavam na rua foram todas
retiradas e os habitantes locais foram alertados para não saírem de casa,
relatam testemunhas locais. A estação de comboios foi isolada e várias
ambulâncias chegaram ao local. Não há feridos entre as forças de
segurança, garantem as autoridades.
As vítimas serão três jovens jiadistas que regressaram recentemente da
Síria, refere a estação de televisão RTBF. De acordo com o jornal "le
Soir", os suspeitos estavam a ser vigiados pela polícia, depois de escutas
telefónicas terem revelado que estariam a planear atentados em Bruxelas, na
sequência dos ataques em Paris.
Mas as informações são contraditórias. "De acordo com as autoridades
de Liège, a operação não tem nenhuma ligação com os atentados em Paris",
diz o "Le Fígaro". Já as forças de segurança referem que os suspeitos
jiadistas tinham ligações a Amedy Coulibaly, o responsável pelo sequestro numa
mercearia Port de Vincennes, na zona leste de Paris.
Ligações com Paris?
A maior parte das armas usadas em Paris nos ataques terroristas da semana
passada terão sido compradas a gangues e traficantes de armas na Bélgica, de
acordo com várias fontes policiais.
A arma de guerra Scorpion e a pistola Tokarev usadas por Amedy Coulibaly
durante o seu ataque ao supermercado kosher, que matou quatro parisienses,
vieram do mercado negro de armas de Bruxelas.
As Kalashnikovs e os lança-rockets usados pelos irmãos Kouachi no ataque ao
jornal "Charlie Hebdo", que mataram 12 pessoas, foram fornecidas por
Coulibaly perto da Gare du Midi, também em Bruxelas, por menos de 5 mil euros.
As autoridades não confirmaram ainda o elo de ligação entre o submundo das
armas belga com os ataques terroristas, mas um traficante há muito seguido pela
polícia foi detido em Charleroi, no sul do país. Uma fonte da polícia belga
garante que o homem seria o fornecedor de Coulibaly.
Entretanto, a polícia belga anunciou uma conferência
de imprensa para as 20h locais (19h em Lisboa).
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