sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

(Opinião) O Ip3, o presidente e as obras Sta Engrácia

Revisitei o que já escrevi sobre o tema e não resisto à tentação de atualizar os textos, embora a matéria não tivesse variado, a não ser no tempo decorrido.
Os deputados do PS Viseu, de modo constante, têm dado nota, há quase três anos e meio, da relevância e imprescindibilidade da autoestrada Viseu-Coimbra para o reforço da coesão territorial regional. Será a via que vai conferir coerência à rede de itinerários principais da região centro, que, como se sabe, sempre mereceu a atenção do anterior governo do PS, que chegou, mesmo, a lançar e concluir o seu concurso.
As iniciativas dos deputados do PS, nestes quase três anos e meio de governo, têm sido diversas, quer através de intervenções públicas na região centro (Coimbra e Viseu), quer através de perguntas concretas dirigidas ao ministro da tutela sobre este futuro itinerário principal.
Mas esta autoestrada, que será um inequívoco fator de desenvolvimento dos territórios adjacentes, não tem só merecido a nossa atenção permanente. Também os autarcas de toda a região, através dos seus órgãos próprios, locais ou intermunicipais, os agentes económicos de “per si” ou através das suas estruturas associativas, bem como movimentos cívicos que têm como objeto a redução da sinistralidade rodoviária, não têm deixado de trazer, e bem, este assunto a debate e à ordem do dia, pois todos conhecem bem os condicionamentos de tráfego e a elevada perigosidade do atual IP3.
Podemos, portanto, dizer que no início deste ano o relatório IEVA, do grupo de trabalho nomeado pelo Governo, ao assumir que o IP3 é uma das vias prioritárias a executar neste plano 2014-2020 mais não fez do que confirmar o óbvio, mas com atraso. Ou seja, com estas tergiversações, o governo o que fez foi adiar por mais uma legislatura um processo sobre o qual ninguém, repetimos, ninguém tinha dúvidas sobre a sua absoluta prioridade.
Espanta por isso que o presidente da câmara de Viseu venha dizer, como já escrevi, uma “redundância: a ligação Viseu-Coimbra é prioritária e fica incluída no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI3+)”.
Esta afirmação é “chover no molhado”, não traz nada de novo, nem tão pouco o facto de o Governo reconfirmar que não se fará nenhuma autoestrada. O secretário de estado Sérgio Monteiro, nosso conterrâneo, já há muito “veio dizer que não haveria dinheiro comunitário, que "perfil de autoestrada" é coisa que não existe e que autoestrada só com dinheiro de privados, com portagens e "sem corredor alternativo". Agora, em documento oficial, apenas reconfirma essa tese. 
O presidente da câmara, depois do que prometeu, finge-se preocupado e, pelas notícias da comunicação social, parece que sofre de "mágoa às pinguinhas" e "paradoxismo", porque ao mesmo tempo que encenou constrangimento também se "congratulou por o Governo assumir esta obra como uma prioridade". Valha-nos Sta Engrácia! Santo Natal!

DV 2014.12.16

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