Revisitei
o que já escrevi sobre o tema e não resisto à tentação de atualizar os textos,
embora a matéria não tivesse variado, a não ser no tempo decorrido.
Os
deputados do PS Viseu, de modo constante, têm dado nota, há quase três anos e
meio, da relevância e imprescindibilidade da autoestrada Viseu-Coimbra para o
reforço da coesão territorial regional. Será a via que vai conferir coerência à
rede de itinerários principais da região centro, que, como se sabe, sempre
mereceu a atenção do anterior governo do PS, que chegou, mesmo, a lançar e
concluir o seu concurso.
As
iniciativas dos deputados do PS, nestes quase três anos e meio de governo, têm sido diversas,
quer através de intervenções públicas na região centro (Coimbra e Viseu), quer
através de perguntas concretas dirigidas ao ministro da tutela sobre este
futuro itinerário principal.
Mas
esta autoestrada, que será um inequívoco fator de desenvolvimento dos territórios adjacentes, não tem só merecido a nossa atenção
permanente. Também os autarcas de toda a região, através dos seus órgãos próprios,
locais ou intermunicipais, os agentes económicos de “per si” ou através das
suas estruturas associativas, bem como movimentos cívicos que têm como objeto a
redução da sinistralidade rodoviária, não têm deixado de trazer, e bem, este
assunto a debate e à ordem do dia, pois todos conhecem bem os condicionamentos
de tráfego e a elevada perigosidade do atual IP3.
Podemos,
portanto, dizer que no início deste ano o relatório IEVA, do grupo de
trabalho nomeado pelo Governo, ao
assumir que o IP3 é uma das vias prioritárias a executar neste plano 2014-2020
mais não fez do que confirmar o óbvio, mas com atraso. Ou seja, com estas
tergiversações, o governo o que fez foi adiar por mais uma legislatura um
processo sobre o qual ninguém, repetimos, ninguém tinha dúvidas sobre a sua
absoluta prioridade.
Espanta por isso
que o presidente da câmara de Viseu venha dizer, como já escrevi, uma “redundância: a ligação Viseu-Coimbra é
prioritária e fica incluída no Plano Estratégico de Transportes e
Infraestruturas (PETI3+)”.
Esta afirmação é
“chover no molhado”, não traz nada de novo, nem tão pouco o facto de o Governo
reconfirmar que não se fará nenhuma autoestrada. O secretário de estado Sérgio
Monteiro, nosso conterrâneo, já há muito “veio dizer
que não haveria dinheiro comunitário, que "perfil de autoestrada" é
coisa que não existe e que autoestrada só com dinheiro de privados, com
portagens e "sem corredor alternativo". Agora, em documento
oficial, apenas reconfirma essa tese.
O presidente da
câmara, depois do que prometeu, finge-se preocupado e, pelas notícias da
comunicação social, parece que sofre de "mágoa às
pinguinhas" e "paradoxismo", porque ao mesmo tempo que encenou constrangimento
também se "congratulou por o Governo
assumir esta obra como uma prioridade". Valha-nos Sta Engrácia! Santo Natal!
DV 2014.12.16
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