sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

(Opinião) Enquanto se espera a boa novidade do presidente

A informação nas reuniões de câmara tem, por vezes, o seu quê de extraordinário. Quando existe pode conter algo que não se apanha à vista desarmada, que procura surpreender, mas ao contrário também surpreende, muitas vezes em relação aos direitos de autor.
Explicando. Um diário titula que “Apoio à cultura vai ser feito por concurso” (…) “uma inovação a nível nacional”, lê-se no corpo da notícia. E acrescenta: “tornamos a atribuição dos apoios mais acessível e transparente”. Tudo palavras do presidente que assim queria responder à declaração de voto contra do PS.
E o que dizia essa declaração? “ (…) Os vereadores não concordam com o prazo de dez dias estabelecido para as candidaturas (…) por ser curto e não garantir equidade entre “grandes projetos” e “projetos emergentes” ou “entre instituições consolidadas” e “novos atores”, conforme o edital (…) “votam contra em nome dos princípios da transparência e igualdade de oportunidades.” É “algo que não se apanha à vista desarmada”.
E quando não existe informação? Dois exemplos.
Primeiro: a autarquia tentou criar uma "confraria infanto-juvenil dos vinhos do Dão" destinada a crianças dos 7 aos 12 anos. Não foi previamente discutido no executivo. Foi um facto consumado, uma novidade surpreendente, mas tão infeliz que até a lei relativa ao consumo de álcool por menores foi trucidada. Sim, ninguém está a ver crianças em provas e a distinguirem um tinta Roriz de um Alvarelhão.
Segundo: "A câmara de Viseu decidiu acabar com a iniciativa “De comboio até Lisboa” com a qual, desde 1997, a autarquia pagava uma viagem de comboio até Lisboa aos alunos do 4º ano do 1º ciclo.” Outra surpresa. Não foi discutido previamente, nem se conhecem razões, nem alternativas.
No entanto, o que me preocupa ainda mais é a incapacidade para surpreender no crescimento e no emprego, no estímulo à criação de empresas e, muito em particular, na industrialização.
Se, por exemplo, a pastelaria “Lobo” ou o restaurante “Cortiço” reabriram, tal ficou a dever-se à intervenção da câmara, como se insinuou. Se o centro de competências Bizdirect se instalou no IPV em Viseu, projeto que decorreu de um trabalho entre a instituição e a Sonae, a versão é a mesma. Não se pretende diminuir o interesse ou importância da autarquia em qualquer realização. Apenas apelo à moderação e à justa medida!
A outra dimensão. Fomos informados, na última reunião, de que esta semana o presidente anunciaria um grande investimento, exclusivamente resultante da sua ação e conhecimentos, e que daria origem a mais de uma centena de postos de trabalho. Fiquei surpreendido e curioso. O presidente, pela primeira vez, iria tirar um coelho da cartola!
Recebi, entretanto, um convite de José de Melo Saúde e da Visabeira para o lançamento do “Hospital CUF Viseu”, também para esta semana, em sessão presidida, e muito bem, pelo nosso edil. 
O mesmo aconteceu com a Casa de Saúde que vai ter um grande impulso, como se constata nos “placards” do edifício, oferecendo à região mais e melhores serviços. Belas notícias e grande coragem dos investidores.
Falta apenas a cereja no cimo do bolo: o tal novo investimento que a ação do presidente da câmara vai trazer para Viseu. Não há duas sem três. Anunciará esta semana. Desde já os meus parabéns, enquanto se espera a boa novidade do presidente.

DV 2014.12.10

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