A
informação nas reuniões de câmara tem, por vezes, o seu quê de extraordinário.
Quando existe pode conter algo que não se apanha à vista desarmada, que procura
surpreender, mas ao contrário também surpreende, muitas vezes em relação aos
direitos de autor.
Explicando.
Um diário titula que “Apoio à cultura vai
ser feito por concurso” (…) “uma
inovação a nível nacional”, lê-se no corpo da notícia. E acrescenta: “tornamos a
atribuição dos apoios mais acessível e transparente”. Tudo palavras do presidente que assim queria
responder à declaração de voto contra do PS.
E o que dizia
essa declaração? “ (…) Os vereadores
não concordam com o prazo de dez dias estabelecido para
as candidaturas (…) por ser curto e não garantir equidade entre “grandes
projetos” e “projetos emergentes” ou “entre instituições consolidadas” e “novos
atores”, conforme o edital (…) “votam
contra em nome dos princípios da transparência e igualdade de oportunidades.”
É “algo que não se apanha à
vista desarmada”.
E quando não existe informação? Dois exemplos.
Primeiro: a autarquia tentou criar uma "confraria infanto-juvenil dos vinhos do Dão" destinada a
crianças dos 7 aos 12 anos. Não foi previamente discutido no executivo.
Foi um facto consumado, uma novidade surpreendente, mas tão infeliz que até a
lei relativa ao consumo de álcool por menores foi trucidada. Sim, ninguém está
a ver crianças em provas e a distinguirem um tinta Roriz de um Alvarelhão.
Segundo: "A câmara de Viseu decidiu
acabar com a iniciativa “De comboio até
Lisboa” com a qual, desde 1997, a autarquia pagava uma viagem de comboio até
Lisboa aos alunos do 4º ano do 1º ciclo.” Outra surpresa. Não foi discutido
previamente, nem se conhecem razões, nem alternativas.
No entanto, o que me preocupa ainda mais é a
incapacidade para surpreender no crescimento e no emprego, no estímulo à
criação de empresas e, muito em particular, na industrialização.
Se, por exemplo, a pastelaria “Lobo” ou o
restaurante “Cortiço” reabriram, tal ficou a dever-se à intervenção da câmara,
como se insinuou. Se o centro de competências Bizdirect se instalou no IPV em
Viseu, projeto que decorreu de um trabalho entre a instituição e a Sonae, a
versão é a mesma. Não se pretende diminuir o interesse ou importância da
autarquia em qualquer realização. Apenas apelo à moderação e à justa medida!
A outra dimensão. Fomos informados, na última
reunião, de que esta semana o presidente anunciaria um grande investimento, exclusivamente
resultante da sua ação e conhecimentos, e que daria origem a mais de uma
centena de postos de trabalho. Fiquei surpreendido e curioso. O presidente,
pela primeira vez, iria tirar um coelho da cartola!
Recebi, entretanto, um convite de José de Melo
Saúde e da Visabeira para o lançamento do “Hospital CUF Viseu”, também para esta
semana, em sessão presidida, e muito bem, pelo nosso edil.
O mesmo aconteceu
com a Casa de Saúde que vai ter um grande impulso, como se constata nos
“placards” do edifício, oferecendo à região mais e melhores serviços. Belas
notícias e grande coragem dos investidores.
Falta apenas a cereja no cimo do bolo: o tal
novo investimento que a ação do presidente da câmara vai trazer para Viseu. Não
há duas sem três. Anunciará esta semana. Desde já os meus parabéns, enquanto se
espera a boa novidade do presidente.
DV 2014.12.10
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