“Ambiente espaços verdes e energia” é o capítulo do programa
eleitoral que o PS apresentou às eleições de 2013. Nele se pode ler, assumida como
prioridade, a “requalificação do
Multiusos para rececionar eventos de grande dimensão - políticas
ativas de atração de congressos e de eventos com escala”.
Os responsáveis
autárquicos do PSD, ao longo de mais de duas décadas, nunca assumiram como
prioridade a construção de um espaço, multifuncional, capaz de albergar,
qualificadamente, eventos de toda a natureza e de grande dimensão.
O que temos atualmente, conhecido pelo “Multiusos”,
e que à época apelidei, com ironia, de “contentor” não nos serve. Hoje todos
concordam e o próprio presidente de câmara só agora acordou de um silêncio
cúmplice que, aliás, continuou na campanha.
Propõe-se fazer um “upgrade” em 2015, já que
falhou a data do Natal deste ano. Não é grave. Nem falo no assunto por ser uma
ambição pública do PS, sempre contrariada pela maioria na autarquia. É tão
importante fazê-lo, bem, que merecia uma boa discussão pública e o conhecimento
direto de equipamentos congéneres já existentes. Terá o nosso apoio.
O que importa é que a requalificação seja
feita, desde que bem pensada, com futuro, dispensando curiosos no assunto, para
que não exista necessidade das “habituais” emendas que, depois, surgem de tempo
em tempo. Basta perceber o que se está a passar com o “pavilhão do Fontelo”
para ilustrar a decisão impreparada de que foi alvo pelo executivo anterior. E
todos estamos a pagar esse erro com dinheiro dos nossos pesados impostos.
É neste contexto que me preocupam afirmações do
presidente da autarquia dizendo, relativamente às obras, que “não serão nada de
fundo”. Podemos, eventualmente, ter um conceito diferente de “obras de fundo”,
mas que serão necessárias, lá isso serão.
Quando a maioria diz, ainda que tarde, mas na
boa linha do PS, que o Multiusos deverá ser a sala de espetáculos de Viseu,
capaz de receber “um concerto, uma ópera
ou uma peça de teatro de maior envergadura” ou grandes congressos, insisto
eu, então, a ser verdade, não se tratará de um simples “upgrade”.
Relembrando o que vem na imprensa, atribuído a
Almeida Henriques, “Nós pretendemos fazer um upgrade não só para nosso
usufruto, como também colocar esta infraestrutura no círculo nacional de
espetáculos”.
Pois, na antiga e boa linha do PS será isso
mesmo. Terá a autarquia o apoio empenhado que nunca reconheceu ao PS, mas não
deve esquecer que uma reconfiguração estratégica de sucesso exige mais do que
um simples “upgrade” no Multiusos.
DV 2014.11, 12
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