Foi assim que o atual presidente da câmara terminou a entrevista a um
jornal diário. “Quando chegámos à
autarquia tínhamos mais de 5000 processos pendentes e já desbloqueámos 40%
neste primeiro ano.” É verdade que assim tem sido, mas só o PS, durante
estes anos, deu voz crítica aos excessos burocráticos da autarquia. Tínhamos e
temos legitimidade moral e autoridade política para sublinhar a diferença entre
a voz e o silêncio.
E não é menos verdade que a má relação com os municípios vizinhos também
melhorou, nada que não tivéssemos denunciado e que a atual maioria sempre
consentiu. O dr. Almeida Henriques pode ser agora oposição ao dr. Fernando
Ruas, mas o PS sempre a exerceu de forma pública, no tempo próprio e com
frontalidade. O nosso adversário político não é, pois, quem não está, mas quem
agora lhe sucedeu.
“Ao fim de um ano, não só lançámos o
debate como temos uma estratégia para o centro histórico”, diz o
presidente. Pois, ao fim de um ano, mas o PS fê-lo ao longo de duas décadas,
com debates públicos, propostas concretas e programa próprio. Mais uma vez, não
fizemos nenhuma aliança com o silêncio. Os viseenses fizeram escolhas que
respeitamos, mas é bem verdade que podiam ter há muito o que hoje sentem como
novidade.
As propostas feitas, já como vereadores, para, entre outras, candidatar
Viseu à Rede Europeia das Cidades Amigas das Pessoas Idosas, criar o Gabinete
de Apoio ao Agricultor, promover a alteração, via governo, dos coeficientes de
localização, com efeitos diretos no IMI, avançar com programas para as férias
de crianças de famílias totalmente desfavorecidas, enfrentar os problemas da
Igualdade, celebrar o Dia Municipal da Igualdade, modificar o regulamento para
a recuperação de fachadas de edifícios ou as propostas para o centro histórico
durante o debate público, até hoje, não tiveram aprovação. Não por
discordância, mas apenas porque a maioria PSD não teve a sua autoria.
Reconhecendo que a relação com a oposição é distendida, que, em regra, os
seus direitos são respeitados, é bem verdade que ouvir e incluir as suas
propostas na agenda municipal traria sempre valor acrescentado para o futuro e
para a qualidade da democracia.
Não querendo, nem podendo, ser exaustivo registo a preocupação do presidente
ao afirmar que “não temos (câmara) feito propaganda”. Pois não, como se verá pela chegada do comboio, pela ligação
Viseu-Coimbra ou pelas carreiras aéreas regulares entre Bragança, Vila Real,
Viseu, Lisboa e o Algarve. Infelizmente, nem todas “As sementes estão lançadas
à terra”
DV 2014-10-22
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