Submarinos: PS compara relatório a «queijo francês com buracos».
O deputado do PS José Magalhães comparou
o relatório
preliminar da comissão parlamentar de inquérito às compras de material militar a
um «queijo francês com buracos muito grandes», anunciando a abertura de um
debate público sobre a matéria.
«O grupo parlamentar do PS vai submeter
a um processo de debate público e aberto, de algum crowdsourcing, de apelo aos
cidadãos de análise deste relatório», adiantou José Magalhães, em declarações
aos jornalistas no Parlamento.
Remetendo para mais tarde uma «posição final» do PS sobre o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito às compras de material militar, que conclui não existir «qualquer prova» ou «indício» de ilegalidades por parte dos «decisores políticos e militares nos concursos», o deputado socialista não deixou, contudo, de deixar críticas aos «buracos» encontrados.
Remetendo para mais tarde uma «posição final» do PS sobre o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito às compras de material militar, que conclui não existir «qualquer prova» ou «indício» de ilegalidades por parte dos «decisores políticos e militares nos concursos», o deputado socialista não deixou, contudo, de deixar críticas aos «buracos» encontrados.
«Muitas perguntas estão neste momento
sem resposta e deviam ter tido resposta nesta comissão, é precipitado e errado
tentar abortar os seus resultados», declarou José Magalhães.
Por outro lado, acrescentou, dezenas de
documentos que foram pedidos ainda não chegaram à comissão e teria sido «muito
importante» ouvir novamente o atual vice-primeiro-ministro, Paulo Portas,
nomeadamente sobre se teve ou não «encontros secretos com o fornecedor alemão
no Guincho».
José Magalhães lembrou também que os
tribunais alemães já atestaram que houve corrupção, já condenaram os vendedores
por terem corrompido várias entidades e que já se chegou ao nome de «cinco
beneficiários da família Espírito Santo». Contudo, continuou, «falta o sexto
homem, o sexto beneficiário» e sobre essa matéria há ainda indagações a fazer.
Por outro lado, o inquérito «adensou as
dúvidas sobre a maneira como o contrato foi celebrado», acrescentou,
classificando como «contraditório» encerrar-se um inquérito quando ainda faltam
receber dezenas de documentos que foram pedidos.
José Magalhães lamentou ainda que a
justiça alemã não tenha sido chamada «a abrir os seus cofres» para se saber o
que se apurou.
Relativamente ao «debate público»
que o PS pretende agora abrir, José Magalhães explicou que será aberto um ‘site'
onde serão colocados os documentos remetidos à comissão de inquérito e será
colocado um «formulário» para que os cidadãos possam deixar as suas
contribuições sobre a matéria.
«O apelo à participação cívica é para
tapar os buracos [do relatório preliminar]», frisou, insistindo que não há
razão para existirem "zonas abertas".
José Magalhães acrescentou igualmente
que o PS irá tentar coordenar com o PCP e o BE a maior número possível de
propostas de alteração ao relatório preliminar, como relata a Lusa.
Por seu turno, o PCP acusou PSD e CDS-PP
de promover uma «completa farsa» no relatório preliminar da comissão
parlamentar de inquérito às compras de material militar, garantindo o voto
contra dos comunistas ao «embuste» apresentado.
«Estas conclusões são uma completa farsa
promovida pelo PSD e CDS-PP para ilibar o Governo e as responsabilidades
políticas que persistem neste processo e nesta nebulosa», afirmou o deputado do
PCP Jorge Machado, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
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