Em conferência de imprensa, na sede do PS Viseu, os deputados José Junqueiro e Acácio Pinto, com a presença do presidente da Federação, António Borges, teceram duras críticas ao governo e justificaram por que motivo se tornou inevitável a demissão do ministro da Educação e a intervenção do Presidente da República se Passos Coelho continuar sem saber o que fazer. Segue-se o texto subscrito também pela deputada Elza Pais.
"Se tudo quanto se passou até agora não chega para Nuno Crato se demitir,
ou ser demitido, então que mais é
necessário que aconteça?
Esta é a pergunta que a
comunidade educativa e os portugueses em geral se colocam ante um tal somatório
de graves erros a nível da colocação de professores.
E o problema, depois de um mês
perdido, em que todos os atropelos aconteceram, é que ainda estamos longe de ter
a situação controlada e resolvida.
Das colocações efetuadas na
semana passada (10 de outubro) resultou a colocação de milhares de professores,
só que muitos desses foram colocados em várias escolas. Ou seja, ao aceitarem
uma delas deixarão, inevitavelmente, as outras sem professor.
Há o caso, relatado na
comunicação social, de um docente colocado em 75 escolas. Detetámos, em Viseu, um docente colocado em 7 escolas. Isto quer
dizer que ao aceitar uma delas as restantes seis passam para a semana seguinte
sem professor e assim sucessivamente.
Face a tudo isto não restam
dúvidas de que não há memória de uma tal catástrofe a nível da colocação de
professores em Portugal e que não se sabe, com este cenário e a este ritmo,
quando toda esta saga irá terminar.
Este cenário ainda se vai repetir durante várias semanas por
incapacidade desta equipa ministerial.
Neste momento, das treze semanas
letivas do primeiro período, já lá vão
quatro semanas perdidas para milhares e milhares de alunos. Ora, isto é de uma
enorme gravidade para as aprendizagens dos alunos e para o consequente
cumprimento dos programas.
Estamos, portanto, a viver tempos
negros para a educação e já não é só o PS a dizê-lo, é toda sociedade portuguesa, da esquerda á direita, a clamar contra
este estado de coisas.
Aliás, Nuno Crato já só é mesmo
ministro da educação para Passos Coelho, talvez por não encontrar um substituto.
Para a sociedade portuguesa ele já é o
ex-ministro da educação.
E isto configura uma grave irresponsabilidade por parte do governo
ao deixar protelar esta situação. É uma teimosia que está a gerar graves
prejuízos para os professores, mas sobretudo para as aprendizagens dos alunos.
Entendemos mesmo que face a esta inação de Passos Coelho o
presidente da República deveria falar pois está em causa um atentado, um
crime, contra a educação em Portugal."
José Junqueiro, Elza Pais e Acácio Pinto
2014.10.13
No final, foi lembrado que seria necessário regressar ao tempo de Santana Lopes para voltar a encontrar semelhante caos nas escolas.Foi ainda sublinhado que é inaceitável o clima de hostilidade entre o ministro Nuno Crato e João Casanova, seu secretário de estado, facto que impossibilita qualquer clima de trabalho e cooperação útil
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