sexta-feira, 5 de setembro de 2014

(Opinião) Portas ofereceu a Passos Coelho os ativos tóxicos

O Governo PSD/CDS, através dos respetivos grupos parlamentares, obrigou a Assembleia da República (AR) a uma reunião extraordinária para dar o dito por não dito em matéria social, bem como para contrariar as decisões do Tribunal Constitucional (TC) relativamente aos cortes salariais.
Começando pelos funcionários públicos, o governo não resistiu à tentação de “fintar” o TC, repescando os longínquos cortes circunstanciais e temporários introduzidos por José Sócrates. Ao jogar com o nome do antigo primeiro-ministro o Executivo revela falta de coragem política para assumir uma decisão que só responsabiliza esta maioria.
Perante o fracasso de todas metas traçadas pelo governo, os “responsáveis do costume” são chamados a sacrifícios renovados numa saga que parece não ter fim. E, deste modo, contra toda a oposição, a maioria impôs de novo cortes nos salários aos funcionários públicos.
Em segundo lugar, dar o dito por não dito, significa que o governo desiste (para já) da CES e até às eleições não vai fazer mais nenhuma tentativa para uma “reforma” da Segurança Social, denominação que significa “mais cortes” e não mudança estruturante em benefício dos cidadãos.
Em contagem decrescente para 2015, o governo faz o seu trabalho de casa, evitando criar mais “ondas” e transferindo a tal “reforma” para 2016. O mesmo está a acontecer com as repartições de finanças ou com a reforma hospitalar, conforme os responsáveis das respetivas pastas já vieram anunciar. Tudo para 2016!
No mesmo sentido, e recordando as questões do IVA e da TSU, "Luís Marques Mendes garantira no sábado, na SIC, “ … que o CDS-PP foi fundamental ao travar um aumento de impostos ainda este ano (…) referiu que Paulo Portas acabou por evitar assim uma espécie de "sentença de morte" do Governo (...) "Portas impediu a subida de impostos ainda este ano e o PSD tem que lhe agradecer".
E pronto, é este o estado da arte! Fazendo analogia com o “Novo Banco”, até dá a impressão que na coligação há “o parceiro bom” e o “parceiro mau”, sendo certo que Paulo Portas ofereceu a Passos Coelho os ativos tóxicos.

DV 2014-09-03

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