O
Governo PSD/CDS, através dos respetivos grupos parlamentares, obrigou a
Assembleia da República (AR) a uma reunião extraordinária para dar o dito por
não dito em matéria social, bem como para contrariar as decisões do Tribunal
Constitucional (TC) relativamente aos cortes salariais.
Começando
pelos funcionários públicos, o governo não resistiu à tentação de “fintar” o
TC, repescando os longínquos cortes circunstanciais e temporários introduzidos
por José Sócrates. Ao jogar com o nome do antigo primeiro-ministro o Executivo revela
falta de coragem política para assumir uma decisão que só responsabiliza esta
maioria.
Perante
o fracasso de todas metas traçadas pelo governo, os “responsáveis do costume”
são chamados a sacrifícios renovados numa saga que parece não ter fim. E, deste
modo, contra toda a oposição, a maioria impôs de novo cortes nos salários aos
funcionários públicos.
Em
segundo lugar, dar o dito por não dito, significa que o governo desiste (para
já) da CES e até às eleições não vai fazer mais nenhuma tentativa para uma
“reforma” da Segurança Social, denominação que significa “mais cortes” e não
mudança estruturante em benefício dos cidadãos.
Em contagem decrescente para 2015, o governo
faz o seu trabalho de casa, evitando criar mais “ondas” e transferindo a tal
“reforma” para 2016. O mesmo está a acontecer com as repartições de finanças ou
com a reforma hospitalar, conforme os responsáveis das respetivas pastas já
vieram anunciar. Tudo para 2016!
No mesmo sentido, e recordando as questões do
IVA e da TSU, já "Luís Marques Mendes garantira no sábado, na SIC, “ … que o CDS-PP foi fundamental ao travar um
aumento de impostos ainda este ano (…) referiu que Paulo Portas acabou por
evitar assim uma espécie de "sentença de morte" do Governo (...) "Portas impediu a subida de
impostos ainda este ano e o PSD tem que lhe agradecer".
E pronto, é este o estado da arte! Fazendo
analogia com o “Novo Banco”, até dá a impressão que na coligação há “o parceiro
bom” e o “parceiro mau”, sendo certo que Paulo Portas ofereceu a Passos Coelho
os ativos tóxicos.
DV 2014-09-03
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