sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Morte em Évora: José Junqueiro e Luisa Salgueiro questionam ministro da Saúde

Os deputados PS na Comissão de Saúde questionaram ontem Paulo Macedo por mais uma morte em Évora, a terceira, por inoperância Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Évora.

"O país foi confrontado na passada 3ª feira, com a notícia da morte de mais um doente, motivada pela falta de resposta da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Évora.
De acordo com o divulgado, a VMER de Évora esteve inoperacional na terça-feira por falta de recursos humanos, facto que terá motivado a falha de socorro a um doente em paragem cardiorrespiratória, que acabou por falecer. Confrontada com esta realidade, a Administração do Hospital do Espírito Santo de Évora informou que por falta de recursos humanos, não foi possível garantir a operacionalidade da VMER, tendo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sido informado para que fossem disponibilizados outros meios de emergência na área. Este é o terceiro caso conhecido, envolvendo vítimas mortais (7) em que a VMER de Évora estava indisponível por falta de operacionais.
Conforme o previsto no Despacho nº 5561/2014 de 23 de abril, do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, “compete ao diretor do serviço de urgência que fica, para este efeito, na dependência direta do conselho de administração da unidade de saúde, o qual tem a faculdade de delegar no diretor clínico: garantir a operacionalidade permanente do meio de emergência.” Cabendo ao hospital apresentar mensalmente ao INEM, até ao último dia útil do mês, a escala de profissionais que asseguram as tripulações dos meios de emergência pré-hospitalar.
No início de maio passado, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, através do requerimento nº 104/XII/3ª, solicitou ao Ministério da Saúde informação sobre os inquéritos/inspeções que o Ministério da Saúde teria solicitado à Inspeção-Geral das atividades em Saúde (IGAS), motivados pelas falhas no serviço de Emergência Médica, bem como os resultados dos mesmos. 
Em resposta a este requerimento, datada de 30 de maio, o Ministério da Saúde refere que espera que sejam cumpridas as disposições contidas no já mencionado despacho, que aliás se encontram em sintonia com as recomendações da IGAS e que alertam para a necessidade de se dar prioridade ao preenchimento das escalas da VMER e para a melhoria na gestão dos recursos humanos disponíveis. 
Informou também que estando em curso a instrução de processos de inquérito, que visavam o cabal esclarecimento de situações que envolveriam eventuais falhas na prestação de cuidados de saúde em emergência pré-hospitalar, com intervenção das VMER e uma vez que os mesmos não estavam ainda concluídos, encontrando-se abrangidos pelo segredo de justiça, não seria possível fornecer mais informação.
Face ao sucedido e após a ocorrência de mais uma morte, ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo assinados veem, por intermédio de Vossa Excelência, questionar o Sr. Ministro da Saúde, do seguinte:

1 – Como explica o Governo a recorrente falta de operacionalidade da VMER em causa?
2 – Face à promessa do Ministério da Saúde de "desenvolver medidas para melhorar o sistema de socorro", como pretende o Governo pôr um termo a estas sucessões de inoperacionalidades, que põem em causa os enormes avanços alcançados, nos últimos anos, na rede de emergência médica, de modo a que não se verifiquem mais episódios como o ocorrido?
3 – Está o Ministério da Saúde em condições de fornecer a informação solicitada pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista em maio passado, sobre os resultados dos inquéritos/inspeções solicitados à IGAS, sobre as falhas no Serviço de Emergência Médica?"


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