sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Opinião - (...) Natal com temperaturas muito elevadas!

José Junqueiro (foto de Paulo Neto)
Iniciou-se esta semana na AR a quarta e última sessão da atual legislatura.  O governo inicia o último dos seus quatro anos de mandato e apresentará, igualmente, o último OE ordinário.
O contexto político que vivemos faz adivinhar um tempo emocionante a começar, desde já, a 28 de setembro, com o desfecho das primárias no PS e com a apresentação do OE 2015, em meados de outubro.
Ao mesmo tempo, acentua-se o abrandamento económico na Europa e em Portugal aquele que o governo previra foi revisto em baixa. E mesmo que assim não fosse, será sempre medíocre para o crescimento que é fundamental à estabilidade do "Pacto" acordado entre os parceiros europeus.
A insistência e o conformismo do governo com políticas austeritárias, isoladas de qualquer outra estratégia de dinamização da economia, não deixa perceber que a vida das pessoas conheça  uma ponderação no "stress fiscal", pesem embora as "nuances" próprias do período eleitoral que já se vive, como muito bem ilustra a visita  de cortesia que o primeiro-ministro fez a Viseu na passada semana.
Neste momento, o país agita-se por causa da pseudo "reforma da justiça" que, para além da extinção errática de tribunais, tanto penalizou o nosso distrito e trouxe consigo o caos informático pela incapacidade do "Citius".
Tudo se tornou mais difícil para as pessoas, bem como para todos os profissionais que preenchem o sistema de justiça. Nem mesmo o tribunal em Viseu, apesar de novas valências,  e por causa delas, escapou a esta confusão pela simples razão de não ter sido acautelado o elementar: mais recursos humanos e espaço físico adequado às novas exigências.
Entre nós o encerramento de serviços, equipamentos educativos ou de saúde, tem originado uma instabilidade permanente e um constrangimento que afeta todos os concelhos, sobretudo os que estão ainda mais no interior.
As contrapartidas em investimentos não existem e aqueles de que se fala, estradas e caminho de ferro, têm sido negados pelo governo que, à falta de obra, se afunda em palavras dilatórias. Durante a receção ao primeiro-ministro, na câmara municipal, pudemos confirmar estas preocupações que se somam, aliás, às já provocadas pelo secretário de estado dos Transportes. Nem estrada, nem comboio.
Sente-se, pois, a necessidade de mudança. Espero que no próximo dia 28 de setembro o PS decida, em definitivo, a sua vida interna de modo a  canalizar todas as suas energias para a solução dos problemas no país e apresentar  uma alternativa que no essencial está vertida na produção que tem vindo a ser feita no  Laboratório de Ideias (LIPP) ao longo dos últimos três anos. Portanto, tudo indica que chegaremos ao Natal com temperaturas muito elevadas!

DV 2014.09.17

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