domingo, 20 de julho de 2014

(RTP/LUSA) António Costa - "quem é militante não se resguarda",

O candidato à liderança do PS António Costa afirmou que "quem é militante não se resguarda", defendendo políticos de "provas dadas" para devolver a confiança aos cidadãos e um "estatuto da cidadania lusófona". 
"Quem é militante há muitos anos sabe sê-lo nas boas horas, más horas, bons momentos ou maus momentos. Quem é mesmo militante não se resguarda nem aguarda a sua hora, está sempre disponível para os combates", afirmou António Costa, que participou no 40.º aniversário da secção de Moscavide do PS. 
Segundo o candidato desafiador do secretário-geral socialista, António José Seguro, nas eleições `primárias` de 28 de setembro, as pessoas não têm confiança nos políticos. "A razão fundamental é porque, muitas vezes, aquilo que prometem não pode ser atestado, garantido, pelo exemplo daquilo que fizeram no passado. É por isso muito importante que quem se disponibiliza para exercer cargos políticos possa ter a experiência e as provas dadas no exercício das funções que exerceu para poder merecer a confiança relativamente às funções que pretende exercer no futuro", disse. 
O também presidente da Câmara de Lisboa, que lembrou com saudade a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Loures na década de 1990, defendeu que é necessário instituir um "estatuto da cidadania lusófona" para estreitar as relações com os países de expressão portuguesa, sem descurar a vocação europeísta, frisando que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) "só deve ter nações que adotem a Língua". "Um estatuto que garanta a igualdade de direitos políticos, a liberdade de residência e de trabalhar, o reconhecimento mútuo de diplomas, a portabilidade dos direitos sociais - para que quem trabalhou lá e formou lá a pensão possa viver cá com a pensão ou quem trabalhou cá possa regressar à sua terra-mãe e beneficiar lá da pensão que aqui formou -, honrará a Língua e dará perenidade secular a essa grande relação que construímos", defendeu. 
António Costa exemplificou com as dificuldades sentidas, há anos, por dentistas brasileiros a quererem exercer a sua profissão em Portugal ou de arquitetos e engenheiros portugueses em poderem trabalhar em terras de Vera Cruz. O candidato à liderança do PS recordou ainda o contributo do antigo primeiro-ministro e dirigente socialista António Guterres para a realização do referendo da autodeterminação de Timor-Leste e consequente independência daquele país, "um ganho para a Lusofonia". A cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realiza-se em Díli, capital de Timor-Leste, no próximo dia 23.


Agência Lusa

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