O
eixo “laranja”, Aveiro, Viseu, Guarda, Vilar Formoso, volta a falar sobre o
comboio de prestações elevadas. Os três presidentes de câmara voltam à ideia
inicial de um corredor ferroviário, novo. Almeida Henriques diz mesmo ”A modernização da linha não serve. Só a
construção de raiz responde aos desafios”.
Muito
bem, bem-vindos ao clube. Mais vale tarde do que nunca. Essa é a tese que
defendo desde sempre, bem como a prioridade na construção. Rui Moreira, o
presidente da câmara do Porto, também defende esta tese, mas não é desde o ano
passado. É desde sempre, também. O publicitado encontro com edil de Viseu só
foi novidade para o próprio.
O
autarca de Viseu esteve em silêncio durante anos e só na campanha eleitoral e
agora, depois de eleito, falou no assunto, mas de modos diferentes. Com esta
afirmação, solta, ninguém percebe o que pretende afinal. Novo corredor,
modernização da linha da Beira Alta, cruzamento das duas soluções, o que
defende afinal?
Os
três autarcas fizeram um número. Dá para a população, para as reuniões de
câmara e moções nas assembleias municipais. A imprensa agradece. O raio do
comboio é que não aparece. É só isso: não aparece, nem o governo dá notícias.
De
facto, a ligação Aveiro, Leixões e Viana é estratégica e a solução multimodal,
portos, aeroporto, ferrovia e rodovia é o cerne da competitividade que queremos
para o tecido económico e social de uma vasta região.
O
conceito de “porto seco”, entre Mangualde e Viseu, foi a primeira proposta que
avancei há catorze anos, enquanto governante, e que incluía este equipamento na
rede logística nacional, multimodal. Tudo isto, à época, mereceu da autarquia
de Viseu um sorriso, ignorante, e alguns remoques, tal como outros fizeram com
as “autoestradas marítimas” ou a “Agência Europeia de Segurança Marítima” que
conseguimos para Portugal.
Publicidade
e realidade não são bem a mesma coisa. Conhecimento e desconhecimento também
não. A vida pública em Viseu sempre se alimentou de foguetes e de um clubismo
que tolda a racionalidade. E isso fez com que perdêssemos muitas oportunidades.
A industrialização no concelho é mais um facto objetivo.
É
preciso falar claro. Os vereadores do PS acompanham com interesse todas as
iniciativas, venham de onde vierem. É, por isso, um erro não existir
reciprocidade. Chumbar liminarmente todas as propostas ou ignorar todas as
sugestões e contributos não é solução. Assim ficaremos apenas a ver passar o
comboio.
DV
2014-07-02
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