Síntese - De facto, a deputada confessa que "acertou" com os juízes a sua ida para o TC e que, assim, julgara ter comprado a sua consciência. Enganou-se. Ameaçou-os com sanções jurídicas e exclusão de funções. Isto é, se não vivêssemos em democracia a deputada se pudesse bater, batia, se pudesse sanear, saneava, se pudesse mandar prender, prendia. Ficámos todos a saber que é cúmplice dos que atuam à margem da lei, que esta é um incómodo, que a polícia, os tribunais e os juízes são forças de bloqueio.
(Lusa) "O PS acusou hoje a
vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho de fazer "ataques pessoais
intoleráveis" aos juízes do Tribunal Constitucional (TC), reclamando a
intervenção do Presidente da República para dizer que "as instituições mantêm
o seu regular funcionamento".
"Estão a ser atacadas as instituições
do Estado. Ninguém está acima de qualquer crítica, mas o que estamos aqui em
presença é de um ataque pessoal, de uma ameaça pessoal, aos juízes do TC",
disse à agência Lusa o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro."
"O parlamentar falava depois de Teresa Leal
Coelho ter defendido nas cerimónias do dia de Portugal na Guarda, e após uma
entrevista por si dada ao Público, que quem exerce cargos em órgãos de
soberania deve estar disponível para o escrutínio e para serem "observados
e analisados do ponto de vista jurídico ou político".
Para José Junqueiro, a vice-presidente do
PSD parece agir como "cúmplice daqueles que atuam fora da lei",
dizendo o socialista que o PSD e o Governo "julgaram que tinham comprado a
consciência dos juízes e a sua independência".
"Isso é algo de absolutamente
inaceitável", prosseguiu o dirigente do PS, lamentando a "escalada de
violência verbal" contra os juízes do TC.
Para o vice-presidente da bancada
socialista Cavaco Silva tem de "quebrar o silêncio" e falar sobre
este assunto.
"O Presidente da República não pode
continuar a esgueirar-se nos intervalos da chuva como se nada se passasse em
Portugal. Este é o desrespeito total pelo TC, que aliás é o garante do
cumprimento da nossa Constituição", sustentou.
Teresa Leal Coelho, que em entrevista
publicada na edição de hoje do Público defende que "se os juízes do
Tribunal Constitucional não aceitam a crítica, não têm condições para exercer o
cargo", disse hoje na Guarda que "quem exerce em órgãos de soberania
deve estar disponível para o escrutínio"."
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