terça-feira, 13 de maio de 2014

Lusa: Europeias: Assis acusa Governo de ter medo do povo e recorrer à "obscenidade"

O "número um" socialista às europeias acusou hoje o Governo de estar com "medo do povo" e de recorrer à "obscenidade" ao convocar um Conselho de Ministros extraordinário em período de campanha, ultrapassando os limites da decência.
Francisco Assis falava no final de um almoço com apoiantes em Lamego, onde fez um dos discursos mais violentos contra a atuação da maioria PSD/CDS e do Governo.
Numa referência à convocação pelo Governo, para sábado, de um Conselho de Ministros extraordinário, Assis declarou: "O desespero conduz à perda da vergonha, ao despudor mais absoluto - e temos visto uma campanha de promessas, própria de um Governo que não tem limites no esforço propagandístico, porque tem medo do povo", sustentou.
Francisco Asis referiu-se depois à tese do cabeça de lista da coligação PSD/CDS, Paulo Rangel, advogando que os socialistas, no sábado, em período de campanha para as europeias, também apresentarão propostas para um futuro Governo.
"A maioria parlamentar acha que a melhor maneira agora é tentar enganar o povo, mas o povo não se vai deixar enganar. Há alguma comparação possível entre uma iniciativa de um partido e uma iniciativa de um Governo? Na campanha eleitoral os partidos têm de ter a primazia", advogou o dirigente socialista, contrapondo que o Conselho de Ministros extraordinário convocado para sábado corresponde "a uma partidarização inadmissível de uma instituição democrática fundamental".
"PSD e CDS têm legitimidade para governar, mas não são donos das instituições democráticas que conjunturalmente ocupam em função do voto. Este ato [Conselho de Ministros extraordinário] é um desrespeito profundo pela democracia, é um ato obsceno que tem de ser profundamente criticado, porque a decência tem de prevalecer na disputa política", advertiu o cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu.
Francisco Assis deixou depois um apelo à maioria PSD/CDS: "A decência é fundamental na vida política e tem de haver uma decência mínima".
"Infelizmente, esta maioria, no seu desespero, está a ultrapassar todos os limites com a uma atuação indecente, pondo em causa os princípios da convivência democrática. A nós não nos intimidam nem nos enganam", referiu, num discurso muito aplaudido pelos socialistas.
Na sua intervenção, o cabeça de lista do PS pediu aos militantes socialistas que sensibilizem os eleitores "descrentes" sobre o que está em causa no próximo dia 25.

"Não estamos a dizer que as dificuldades vão desaparecer da noite para o dia, ou que não há sacrifícios ainda por fazer, mas dizemos que Portugal não está condenado a um estatuto de subalternidade. Contrariamente a outros não prometemos o céu para amanhã, mas também recusamos uma condenação a uma espécie de inferno. Por isso, dia 25, temos de dizer que não aceitamos este caminho e que outro caminho é possível", acrescentou.

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