sexta-feira, 4 de abril de 2014

(Opinião) O futuro só depende da mudança

Os concelhos vizinhos têm sido notícia pela criação de postos de trabalho. Estes surgem da expansão de empresas e criação de indústrias. Só durante o mês de março as decisões assumidas pelo tecido económico e as autarquias em que se integra estão na origem de 700 novos empregos.
Crescimento e emprego tornam-se realidade e fonte de esperança para quem procura e quer trabalhar. Empresários e autarcas, juntos, proporcionam uma nova esperança às suas populações.
Tenho muita pena de que idênticas situações não ocorram em Viseu, apenas porque o poder dominante, antes e agora, sempre conviveu mal com a fixação da indústria e permitiu que o preço dos terrenos fosse matéria para gerar vantagens mercantis para alguns em vez de oportunidades para todos.
Venderam-se espaços a 75€ o m2 e sabemos bem que o caminho que a autarquia encontrou, por exemplo, para esse ato falhado da Gestin Viseu, se resume a lotes que poderá alienar a 25€ o m2. Claro que a Aquinos, em Nelas, encontrou o m2 a cinquenta cêntimos. Muito simples, trocaram-se metros quadrados por empregos, tal como sempre propus para nós.
Do norte ao sul do distrito os constrangimentos dos investidores são partilhados: burocracia, erradicação dos incentivos à fixação no interior, ausência de políticas que atenuem o custo dos fatores de produção, nomeadamente acessibilidades e preço da energia (IVA a 23% no gás eletricidade). Acresce a este estado de coisas uma outra realidade inaceitável: a imprevisibilidade fiscal do governo. Assim tudo é mais difícil.
Acabámos de saber que 2013 encerrou com um défice de 4,9%, bem menos do que os 5,5% renegociados com a Troika. Aconteceram, portanto, excessos nos cortes dos rendimentos. Nada veio do crescimento, porque terminámos o ano em recessão.
Há, no entanto, segundo o governo, uma "folga" para 2015 de mil milhões de euros. A pergunta que se coloca é se, neste contexto, o governo vai também dar uma "folga" às pessoas ou se, pelo contrário, vai aumentar a austeridade.
A resposta é simples, mas dramática: o governo vai aumentar a austeridade. Mias 1700 milhões de euros previstos para 2015, certamente a aplicar aos mesmos do costume. E sabemos que dos cortes previstos não existirá explicitação dos mesmos, nem aplicação, agora, antes das eleições europeias. Uma desonestidade política inaceitável.

Necessitamos, como sempre defendi, de um novo paradigma para a nossa economia. Apresentei propostas, desde a desburocratização, passando pela reforma fiscal e qualificação dos recursos humanos, até ao apoio temporário direto no custo de cada novo posto de trabalho. Pelo que vemos ao lado, aos nossos vizinhos, o futuro é possível e o nosso só depende da capacidade de mudança.
DV 2014.04.04

Sem comentários:

Enviar um comentário