O secretário-geral do
PS, António José Seguro, acusou o Governo de se ter transformado num
"comité eleitoral do PSD e do CDS", em vez de dizer aos portugueses
como vai resolver os problemas do país.
Ao
intervir sexta-feira à noite, em Mangualde, durante o encerramento da convenção
"Um novo rumo para Portugal", António José Seguro afirmou que "o
Governo desenvolve a maior campanha de propaganda eleitoral de que há
memória" na democracia portuguesa.
"O
Governo deixou praticamente de governar. Transformou-se num comité eleitoral do
PSD e do CDS e especializou-se na oposição ao PS", criticou.
O
líder socialista acusou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de ter
retomado na sexta-feira "a segunda parte da teoria do oásis", ao
dizer que "o país hoje está melhor".
"Não
está, porque ele esqueceu-se de olhar para os mais de 880 mil portugueses que
estão desempregados, os mais de 200 mil que emigraram, os mais de 310 mil que
estando em idade de trabalhar já desistiram de tanto procurar e não encontrar
uma oportunidade", afirmou, lembrando ainda os "137 mil jovens, a
maior parte licenciados, que não encontraram oportunidade de emprego e também
tiveram de emigrar".
Seguro
lamentou que, durante quase uma hora, na condição de líder do PSD, Passos
Coelho tenha usado "mais de metade do tempo a fazer oposição ao PS" e
não tenha apresentado "uma solução, uma proposta, uma visão para resolver
os problemas dos portugueses".
Na
sua opinião, "não há um país separado das pessoas" e, por isso, não
entende que o Governo diga que "a vida das pessoas está pior, mas a vida
do país está melhor".
"Para
nós, se a vida dos portugueses está pior é o país que está pior e,
infelizmente, a vida das pessoas e do país está bem pior do que há 32 meses,
quando Pedro Passos Coelho tomou posse como primeiro-ministro", frisou.
António
José Seguro considerou que o primeiro-ministro e o Governo "prosseguem na
sua campanha eleitoral a enganar os portugueses".
"Nós
hoje temos um país mais pobre e mais desigual. Ninguém, a não ser o Governo,
que persiste em iludir os portugueses, pode dizer que o país está hoje melhor
do que estava há dois anos e meio", realçou.
António
José Seguro deixou ainda o recado ao primeiro-ministro de que o PS não aceita
"lições de moral" relativamente à consolidação da democracia em
Portugal.
"Ninguém
nos dá lições, muito menos o primeiro-ministro, da história da democracia que
mais afrontou a Constituição da República e que mais vezes criou diplomas
feridos de inconstitucionalidade", afirmou.
Sem comentários:
Enviar um comentário