sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Os membros do Governo deveriam "corar de vergonha e a pedir desculpas aos portugueses".

O Partido Socialista (PS) acusa o Governo de ter fracassado e de apresentar um orçamento sem credibilidade, recorrendo às projeções macroeconómicos do memorando inicial para dizer que o Governo devia corar de vergonha e pedir desculpa aos portugueses.
"Temos de analisar a falta de credibilidade deste orçamento à luz daquilo que é o fracasso deste Governo. O Governo chega aqui, e os deputados da maioria, falando com entusiasmo daquilo que é o orçamento que concluiria o programa de ajustamento que tem vindo a executarem. Estranhas considerações da parte de quem em março de 2011 salivava pela vinda da ´troika', esperava que o FMI viesse por Portugal na ordem, dizia que esse era o seu verdadeiro programa de governo", afirmou o deputado socialista Eduardo Cabrita.
Usando os números que estavam previstos para o crescimento, o desemprego e a dívida pública no memorando inicial assinado em 2011, em comparação com as atuais previsões (que são bem mais negativas), o deputado lembrou os três orçamentos, nove orçamentos retificativos e nove alterações da ?troika' que alteraram o acordo inicial, e diz que com estes resultados os membros do Governo e da maioria parlamentar "deviam estar aqui não a clamar libertação, mas a corar de vergonha e a pedir desculpas aos portugueses".
Eduardo Cabrita aproveitou para pedir contenção aos governantes sobre o sucesso que tem sido clamado no alcançar de um saldo positivo da balança comercial, lembrando que a última vez que isto aconteceu foi durante a segunda guerra mundial, e com contribuição das vendas de volfrâmio ao regime nazi.
"Quanto ao tão falado equilíbrio da balança corrente que não acontecia de facto há décadas, deviam ter de facto algum pudor em o referir. De facto esse saldo positivo aconteceu pela última vez há muitas décadas, têm razão, durante a segunda guerra mundial, quando Portugal estava à fome e quando as receitas do volfrâmio nazi financiavam as receitas do Estado. Não é esse o Portugal de hoje, sobretudo nunca será esse o Portugal que queremos", disse o deputado.

O deputado acusou ainda o Governo de afrontar o Estado de direito e de alienar o país, lembrando o caso da salvaguarda dos ativos estratégicos nacionais que o Governo se comprometeu a legislar num prazo de 90 dias após a alteração na lei-quadro das privatizações, que aconteceu ainda em 2011. Essa salvaguarda nunca avançou, com o Governo a citar dificuldades nas negociações com a Comissão Europeia.(LUSA)

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