Fotografia © Gustavo Bom/Global Imagens |
Ângelo Correia sempre foi muito próximo do
primeiro-ministro.
Em entrevista na terça-feira ao Hoje, na RTP 2, o social-democrata afirma
que a diferença de discurso dos líderes dos partidos da maioria é a falta de
estudo das matérias e sublinha que é imperativa uma remodelação no Governo o
mais depressa possível. Ângelo Correia mostrou-se ainda indignado com a receita
de austeridade imposta pelo Executivo.
"O Governo está fragilizado,
quer o PSD quer o CDS, por uma razão que é básica. É que todo o discurso do PSD
e do CDS antes das eleições é outro completamente diferente do feito depois das
eleições. Em política, o que está em causa nesta mudança de discurso dos
líderes de um e outro partido é falta de estudo e preparação suficiente para
serem líderes nacionais. Este não é um mau Governo, é o Governo possível",
declarou Ângelo Correia, que sempre foi próximo de Passos Coelho. Que
aproveitou ainda para dizer ao PS que deve estudar bastante os temas antes de
ser poder.
Necessária e com muita urgência é,
para o social-democrata, a remodelação do Executivo. Mas o empresário apresenta
algumas dúvidas sobre a sua eficácia. "Quem é que hoje vai para o Governo?
Se você vai para o Governo é intitulado de ladrão, ganha-se pessimamente, tem
uma insegurança enorme quanto ao futuro. Acho que a remodelação deveria ser
feita, no máximo, na altura do Orçamento. O problema é saber se o Governo tem
capacidade para ser remodelado. Se há pessoas com capacidade e credibilidade
que aceitem nestas circunstâncias ir para o Governo, o que eu não
acredito".
Mas o que deixa Ângelo Correia
verdadeiramente indignado é a receita de austeridade do Governo. "Há um
limite para o sofrimento e já o ultrapassámos. Estamos numa situação em que a
classe média, a classe média baixa e a média alta estão com penalizações que
fazem com que as pessoas qualquer dia não queiram trabalhar ou não pagar
impostos e ir para a economia paralela", enfatiza.
E dá o seu exemplo
pessoal: "Eu fiz as contas e pago sete meses de trabalho, do meu salário,
ao Estado. Eu trabalho para o doutor Gaspar, não trabalho para mim e para a
minha família". "Discordo do enquadramento que
eles têm e discordo das formas de execução orçamental que eles levam a
cabo", referiu ainda.
por Ana
Meireles
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