sábado, 7 de setembro de 2013

Ângelo Correia - RTP - acusa Passos e Portas de falta de estudo


Fotografia © Gustavo Bom/Global Imagens
Ângelo Correia sempre foi muito próximo do primeiro-ministro. 
Em entrevista na terça-feira ao Hoje, na RTP 2, o social-democrata afirma que a diferença de discurso dos líderes dos partidos da maioria é a falta de estudo das matérias e sublinha que é imperativa uma remodelação no Governo o mais depressa possível. Ângelo Correia mostrou-se ainda indignado com a receita de austeridade imposta pelo Executivo.
"O Governo está fragilizado, quer o PSD quer o CDS, por uma razão que é básica. É que todo o discurso do PSD e do CDS antes das eleições é outro completamente diferente do feito depois das eleições. Em política, o que está em causa nesta mudança de discurso dos líderes de um e outro partido é falta de estudo e preparação suficiente para serem líderes nacionais. Este não é um mau Governo, é o Governo possível", declarou Ângelo Correia, que sempre foi próximo de Passos Coelho. Que aproveitou ainda para dizer ao PS que deve estudar bastante os temas antes de ser poder.
Necessária e com muita urgência é, para o social-democrata, a remodelação do Executivo. Mas o empresário apresenta algumas dúvidas sobre a sua eficácia. "Quem é que hoje vai para o Governo? Se você vai para o Governo é intitulado de ladrão, ganha-se pessimamente, tem uma insegurança enorme quanto ao futuro. Acho que a remodelação deveria ser feita, no máximo, na altura do Orçamento. O problema é saber se o Governo tem capacidade para ser remodelado. Se há pessoas com capacidade e credibilidade que aceitem nestas circunstâncias ir para o Governo, o que eu não acredito".
Mas o que deixa Ângelo Correia verdadeiramente indignado é a receita de austeridade do Governo. "Há um limite para o sofrimento e já o ultrapassámos. Estamos numa situação em que a classe média, a classe média baixa e a média alta estão com penalizações que fazem com que as pessoas qualquer dia não queiram trabalhar ou não pagar impostos e ir para a economia paralela", enfatiza. 
E dá o seu exemplo pessoal: "Eu fiz as contas e pago sete meses de trabalho, do meu salário, ao Estado. Eu trabalho para o doutor Gaspar, não trabalho para mim e para a minha família". "Discordo do enquadramento que eles têm e discordo das formas de execução orçamental que eles levam a cabo", referiu ainda.
por Ana Meireles

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