- O falhanço dos primeiros dois anos, o que está expresso
na carta de Gaspar.
- Permanece uma incompatibilidade de fundo entre política
de rigor e política de crescimento, estando desequilibradas como estão.
- As eleições já estão em cima da mesa. Quer Passos, quer
Portas, já estão a pensar em eleições; as pressões eleitorais são parte
importante do discurso do crescimento.
- O pós-troika não significa qualquer alteração profunda
para a vida portuguesa: a tentativa do PR em meter o PS no acordo tem
muito a ver com a circunstância de que a política não pode mudar.
- Há uma ferida neste governo que não está resolvida:
Portas está completamente fragilizado (e sabe-o) e quando se dão muitos
poderes a alguém que o está, a primeira tentação é tentar usá-los para
diminuir a sua fragilidade; se isso tiver resultados o conflito é com o PM
e o PSD e só não há conflito se Portas falhar.
A natureza deste governo é estruturalmente tão instável que
pode cair de um momento para o outro, mas também reconhece que estão de tal
maneira numa situação de sobrevivência extrema que são capazes de engolir tudo.
Há um equívoco nos elogios a Pires de Lima, de que um bom
gestor é necessariamente um bom ministro, sendo preciso moderar esta ideia.
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