quarta-feira, 17 de julho de 2013

Banco de Portugal - Recessão em 2013 e estagnação em 2014


O PS considerou hoje que as previsões do Banco de Portugal (BdP) indiciam que a recessão este ano será o dobro face à estimativa inicialmente feita pelo Governo e com estagnação económica em 2014.
A posição foi assumida pelo deputado socialista Pedro Marques, após o Boletim Económico de Verão do BdP ter melhorado as previsões do crescimento para 2013, antecipando uma contração de dois por cento e não de 2,3 por cento, embora piorando as de 2014, ano em que espera que a economia cresça apenas 0,3 por cento e não 1,1 por cento.
"Confirma-se a duplicação da recessão em 2013 face às previsões iniciais do Governo", declarou o ex-secretário de Estado socialista, adiantando que esta "evolução negativa" se deve sobretudo "à quebra do investimento".
"Quer para 2013, quer na previsão para 2014, volta a verificar-se uma quebra do investimento. Sem procura interna, com menor rendimento das famílias, as empresas não investem porque não têm quem compre os seus produtos. É o que dizem os empresários em todos os inquéritos de análise da conjuntura", sustentou o deputado do PS. Para Pedro Marques, a economia portuguesa "não recupera sem investimento - um dado que parece evidente".
"Não se vê a luz ao fundo do túnel, porque o Governo escolheu duplicar a austeridade, fê-lo durante dois anos consecutivos e mais austeridade significou mais recessão e mais desemprego", apontou o ex-membro dos governos socialistas.
Interrogado sobre o facto de o BdP desagravar agora as previsões de recessão para este ano, sendo de dois por cento e não de 2,3 por cento, Pedro Marques insistiu que se verifica uma duplicação da recessão face à previsão inicial do Governo.
"A diferença que agora aparece é de duas ou três décimas em relação a uma outra previsão anterior. Mas prevê-se também uma estagnação económica no próximo ano e o BdP ainda indica que, provavelmente, a previsão para 2014 tenha um cenário agravado por mais resultados de quebra da procura interna por via das medidas recessivas que o Governo perspetivaria adotar e, igualmente, por via de um menor desempenho das exportações", justificou. Pedro Marques referiu ainda que "convém explicar" o fundamento de a estimativa do BdP praticamente duplicar as exportações.

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