sexta-feira, 19 de julho de 2013

António Lobo Xavier: PR e promessa de eleições perturba a negociação



O acordo é algo de que se fala há muito tempo, mesmo o PS, no início, estava disponível para o diálogo e foi sendo afastado pelo governo (diz quem conhece os meandros, de formas menos dignas).
Era possível estabelecer um acordo que reforçasse a posição negocial do país e em matérias de crescimento, que já fazia parte do discurso do governo (e desapareceu estranhamente hoje). Este acordo era importante para o próprio governo e custa-lhe a crer que a negociação seja um diálogo entre "um memorando custe o que custar" e o PS a propor uns alívios.
Nesta tentativa de acordo há uma realidade que está ser oferecida pelo PR - a história das eleições antecipadas - e que é o problema, sendo evidente que não se pode introduzir uma condição de dissolução com um prazo destes, à distância de 13 meses. 
Isto está a perturbar a negociação, com AJS e Passos Coelho a mostrarem que têm uma interpretação diferente do discurso do PR. O PS está numa posição complicada: AJS olha para as sondagens e está a crescer; mesmo sabendo-se que não tem propostas, estrutura, nem pessoas, custa-lhe (a AJS) apostar o seu capital numa solução que acha negativa e que acha que está a morrer.
Acha que é possível haver um acordo sobre algumas medidas e sobre propostas para crescimento. Estamos numa situação caótica, em que ninguém diz a mesma coisa sobre o mesmo assunto, e que ninguém sabe quando termina. AJS até tinha alguma coisa a ganhar: um certificado de credibilidade (pelo sentido de responsabilidade) e por forçar o governo a inflectir.

Sem comentários:

Enviar um comentário