sábado, 11 de maio de 2013

TVI - Manuela Ferreira Leite - Cortes nas pensões - o Governo cai


Tem alguma dificuldade em dizer o que (os avanços e recuos do governo) querem dizer; uma coisa quer dizer de certeza, que os reformados estão no grupo de pessoas que devia merecer do governo um grande cuidado e atenção para com a sua ansiedade e intranquilidade; e não tem havido esse cuidado, na dúvida lança-se o pânico sobre os reformados.
Não acha que (a declaração de Portas) tenha sido uma encenação, escusava-se era de ter lançado essa dúvida e ameaça sobre os pensionistas, quando se sabia que essa medida não passaria, por via do CDS.
É bizarro, quando ninguém admite que tal proposta tivesse sequer possibilidade de ser discutida na concertação social e de ser aplicada. Significa uma falta de respeito pelos reformados, perguntando-se se o objectivo era lançar sobre eles o pânico.
As pessoas têm a ideia de que este governo tem uma fixação pelo rendimento dos reformados para resolver os problemas de falta de dinheiro e com a frase “cisma grisalho”, que considera forte, Paulo Portas vem, no fundo, admitir que esse sentimento existe no CM.
É a favor de uma convergência entre os sistemas público e privado, que tem vindo a ser f,eita, mas o que está a suceder é passar de uma convergência de forma gradual para uma aproximação brutal.
Isto é mais incompreensível quando já não estamos numa situação de emergência, como já estivemos, e quando se considera que está na altura de entrar na fase de crescimento.
O que fez ruir a situação foi o SE (Hélder Rosalino) ter contabilizado como forma de poupança ir buscar o valor aos reformados (retroactivamente), o que é algo inimaginável; fica perplexa como é que isto veio a público e porque se está a criar esta situação aos reformados, quando isto não tem hipóteses de ser concretizado.
Não sendo constitucionalista, há, no mínimo, uma quebra de confiança fatal entre o governo e os cidadãos. O governo tem tratado os pensionistas de forma muito cruel e se o país está tão calmo com 42% de desemprego jovem é porque há uma base social e familiar que o sustenta.
Ninguém (no governo) invoca sequer o problema da sustentabilidade da segurança social, é apenas uma questão de dinheiro, nem ninguém faz reformas do sistema de segurança social em 15 dias.
Se esta medida avançar, cai o governo de certeza absoluta. O ministro Portas não tem outra solução.

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