sábado, 11 de maio de 2013

António Lobo Xavier - o insólito de 2 discursos: PM e PPortas


Há que reconhecer que isto é insólito. O que não acontece (numa coligação) é haver uma declaração do PM com uma carga pesada de medidas e vir o outro líder da coligação dizer "isto, por cima do meu cadáver, não".
O PM sabe que Portas pensava aquilo e foi expresso de certeza no CM, sentindo até, do PSD, uma concordância e preferência mais pelo discurso de Portas. O PM sabia que isto iria ser contrariado em público e não se percebe porque anunciou as medidas. Há neste momento 2 linhas muito definidas no governo: uma razoavelmente maioritária, a do realismo, mas que não tem peso político para ter outro porta-voz que não Portas [por oposição à linha de Gaspar].
As medidas encerram em grande parte um risco inconstitucional, de efeito recessivo rápido e de injustiça social, que o governo não pode correr. Os objectivos orçamentais são inatingíveis e prefere que alguém diga isto (Portas).
O que Portas disse sobre as medidas faz sentido: que o governo não pode correr o risco de um 3º pacote de medidas inconstitucionais e que algumas medidas correm o risco de ser profundamente recessivas sem nenhuma vantagem e em nome de objectivos orçamentais que não vão ser atingíveis. Se não há outra forma de dizê-lo, que seja esta (publicamente, por Portas).

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