sábado, 4 de maio de 2013

Seguro "não" aceita consenso pedido por Passos - Governo "tem de ser substituído já".


António José Seguro classificou esta noite de "péssimas notícias" as medidas de corte permanente na despesa esta noite apresentadas pelo primeiro-ministro para compensarem o chumbo do Tribunal Constitucional e para vigorarem a médio prazo. E deixou claro que se o caminho for este - o da "obsessão pela austeridade" - o PS diz "não" ao consenso que Passos Coelho pediu esta noite.
"Se for consenso em torno da austeridade, a resposta do PS é não", disse Seguro numa entrevista à TVI, minutos depois de Passos ter apelado aos partidos e parceiros sociais que aceitassem discutir as medidas, manifestando-se aberto a substituí-las, mas por "alternativas credíveis". "Este governo desbaratou o diálogo. Eu disse que a sétima avaliação era a última oportunidade. Desbaratou o consenso durante dois anos", disse Seguro, que admitiu não ter gostado do discurso de Cavaco Silva no 25 de Abril.
Aliás, o líder socialista disse mesmo que o Governo "tem de ser substituído já" e que o país deve ir a eleições, afirmando que o PS se "propõe liderar" um novo consenso que existe entre a oposição e outros movimentos, que defende uma mudança de caminho. Seguro disse estar aberto a fazer acordos de convergência parlamentar, não descartando a possibilidade até de ser com o CDS. Ou com o BE. Questionado sobre se já tinha em mente o nome de alguém para ocupar a pasta das Finanças, o líder do PS disse que sim, mas escusou-se a revelar o nome. Disse aliás que já tem na cabeça a própria estrutura do Governo.
António José Seguro revelou que só tomou conhecimento das medidas num "e-mail" do Governo recebido ao final da tarde, adiantando que teve conhecimento das medidas pela comunicação social, durante a declaração ao país do primeiro-ministro. O líder do PS quis saber ainda se Passos já tinha apresentado as medidas à ‘troika' como compromisso assumido e desafiou o primeiro-ministro a esclarecer este ponto.
"O governo quer cortar, cortar, cortar, sempre o mesmo sobre os mesmos", disse, rematando: "este governo não tem ponta por onde se pegue". - Inês David Bastos -

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