Síntese - Marcelo acha que Sócrates está em forma, é um ótimo comunicador e faz política a cores.
Tem razão, porque a crise sempre foi internacional, a vinda da Troika resulta do chumbo do PSD e CDS (esquece o BE e PCP) e meia razão quando diz que este memorando já não é o que assinou. E continua a ter meia razão ao acusar o governo de estar a escavar um buraco, tendo razão quando diz que há austeridade a mais e crescimento a menos e não tem razão quando diz que a dívida só subiu, com ele, 20 pontos...
Admite que é "verdade que o discurso de Cavaco foi violentíssimo contra o governo ... O ponto em que só a historia dira quem tem razão é o a questão das escutas. Diz que foi uma coisa inventada pela casa civil do Presidente" (está documentalmente provado que foi- é a gelatina política de Marcelo) ...
Quem vai pagar a fatura vai ser o governo e o PR. Discordo dos que acham que a vitima vai ser AJSeguro, vai ser a direita, ele está aqui para combater a direita. O líder da oposição vai estar no terreno e no Parlamento, aquele que faz a tarefa mais complicada vai estar na RTP ... A verdadeira preocupação de Marcelo é a possível candidatura de Sócrates à Presidência.
-----------------------------
Está em boa forma física, ótimo comunicador, no seu melhor politico, veio para fazer politica e politica a cores, uma politica pseudo racional, quando aparece faz a diferença porque põe a emoção.
Foi excessivo do ponto de vista emotivo, não pode ser tanto justificativo. Foi uma entrevista para justificar o passado, foi muito eficaz.
Sobre o passado, disse que há 3 embustes que queria explicar já que o PS não tem explicado:
1º “a crise é internacional” – tem razão quanto a isso, é interna e é externa, o PSD e o CDS põem a tónica na parte interna;
2º “não fui responsável pela troika e pelo memorando, os responsáveis foram o PSD e o CDS que chumbaram o PEC IV” - é curioso que não toca no PCP e no BE, teve que reconhecer que o MF discordava dele e que Soares teve que intervir;
3º “a austeridade dizem que é culpa minha mas este não é o memorando que eu assinei” – é meia verdade, há medidas de austeridade que ele assinou (cortes das pensões, TSU, cortes salariais, medidas fiscais).
Ao governo fez 3 criticas, numa tem razão, que o governo tem um discurso sem esperança.
Tem meia razão quando diz que se está a escavar um buraco.
Tem razão quando diz que tem havido austeridade a mais e crescimento a menos mas não tem razão porque a europa não está a crescer.
Há um ponto em que não tem razão, quando diz “no meu tempo a divida publica subiu 20 pontos, com este governo subiu 30”. Fez uma pequena habilidade, como se o governo tivesse acabado em 2010 mas só acabou em 2011, e não falou da divida externa. Fez o que os políticos muitas vezes fazem, escolhem o que é bom e deixam fora o que é mau.
No ataque ao PR, num ponto não tinha razão, ele não preveniu o PR em relação ao PEC IV.
O ponto em que só a historia dira quem tem razão é o a questão das escutas. Diz que foi uma coisa inventada pela casa civil do Presidente. Haja ou não razão de Sócrates, o que é facto é que o PR vitimizou-se na altura e a líder do PSD, Manuela ferreira Leite, apanhou com aquilo em cima.
É verdade que o discurso de Cavaco foi violentíssimo contra o governo mas a historia não começou aí, o governo dele começou a morrer quando aceitou governar sem coligação. Quando o PR fez mensagem de Ano Novo em 2010 a dizer que a situação está explosiva devia ter ido a Belém dizer que então não governo. O erro dele foi aceitar ficar em minoria, hoje reconhece isso mas não percebe que foi um erro fatal.
Acho que ele vai condicionar António José Seguro porque é mais eficaz, mais contundente, AJS faz politica sem emoção, mas é bom ter um policia mau e um policia bom.
Quem vai pagar a fatura vai ser o governo e o PR. Discordo dos que acham que a vitima vai ser AJS, vai ser a direita, ele está aqui para combater a direita. O líder da oposição vai estar no terreno e no Parlamento, aquele que faz a tarefa mais complicada vai estar na RTP. Se fosse ele não ia ao congresso do PS.
Acho que ele continua a lançar o balão para ser candidato presidencial. Disparou a Cavaco e disse coisas que vão condicionar as eleições presidenciais, pela primeira vez coloca claramente como vê a direita/esquerda, por isso é que poupou o BE.
Vem para reunificar a esquerda com um discurso à esquerda do PS, criando uma ideia de clivagem direita/esquerda apontada para as presidenciais. A direita portuguesa, que não diria que é mais estúpida do mundo mas é a mais ingénua do mundo, é que acha que vai ter ali um aliado
Sem comentários:
Enviar um comentário