sexta-feira, 26 de abril de 2013

TVI - Constança CS - Discurso do PR: enquanto moderador, morreu

Marcou uma ruptura com o PS, como ouvimos pela parte de Zorrinho e Seguro; a posição do PS face ao discurso de Cavaco vai certamente ser debatida no Congresso.
Na forma como Cavaco falou e pelas omissões, sancionou a encenação que o governo tem ensaiado nos últimos tempos. É estranho que o PR não tenha reparado que a questão do consenso divide o PS e a maioria, sendo até imposta pela própria troika; ao falar agora em consenso e nos termos em que falou, Cavaco colocou-se do lado da troika e do governo, insinuando que se não houver consenso haverá segundo resgate, o que é gravíssimo. Uma coisa é considerar que as eleições não são a melhor solução agora, outra é achar que não há nada que justifique eleições.
Falou também de crescimento económico e, mesmo não sendo uma coisa nova no seu discurso, justificou aqui também a encenação do governo ao dizer que há 3 fases e agora sim chegou a do crescimento, quando tudo morreu e a economia está de rastos; não se percebe então porque falou de crescimento e em espiral recessiva há um ano. 
Falando de um programa mal desenhado, como se não tivesse havido um governo que participou activamente na política da troika, que foi mais além e que abraçou entusiasticamente o programa da troika, é neste aspecto que o seu discurso surge como um discurso partidário.
Veio dizer uma coisa grave, ao falar da fadiga de austeridade, que os partidos não podem explorar a angústia dos portugueses; pergunta-se porque falar desses problemas é uma exploração, quando essas pessoas têm que ser representadas na AR.
Um dos grandes problemas que existe é que o PS não tem oferecido essas garantias (como o demonstram as sondagens), de que pode fazer uma política diferente do governo.
Esta é uma situação inédita, em que nunca antes se viu um PR a suscitar um coro de críticas tão grande nos partidos da oposição; o PR, enquanto moderador, morreu aqui, não tem espaço de manobra para promover consensos (quanto muito pode fazer um consenso entre Portas e Passos Coelho). Esse consenso vai fazer-nos muita falta e isso é grave.
Estava a ouvir as palavras de AJS e imagina o que vai ser o Congresso do PS. Ficou criada uma situação de crise política em que não há quem possa fazer um papel aglutinador para fazer pontes

Sem comentários:

Enviar um comentário