"O PS considerou hoje que
o Governo já prepara o discurso para um segundo resgate de Portugal e sugeriu
que se questione Cavaco Silva se as críticas do primeiro-ministro ao Tribunal
Constitucional configuram um normal funcionamento das instituições.
Estas
posições foram assumidas em plenário, na Assembleia da República, pelo
vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS José Junqueiro.
Na
sua intervenção, o "vice" da bancada socialista sustentou a tese de
que o atual Governo "já está a preparar o discurso para justificar um
segundo resgate" [financeiro] a Portugal.
Neste
contexto, José Junqueiro referiu que dois antigos presidentes do PSD, Marcelo
Rebelo de Sousa e Marques Mendes, assim como o ex-ministro social-democrata das
Finanças Eduardo Catroga já "defenderam a inevitabilidade desse segundo
resgate". "Eduardo
Catroga quantificou mesmo, dizendo que eram precisos mais 30 mil milhões de
euros", observou José Junqueiro.
Outra
linha da intervenção do vice-presidente da bancada socialista passou por acusar
o atual Governo de radicalização, dando como exemplo as recentes críticas que
Pedro Passos Coelho fez ao Tribunal Constitucional na sequência do chumbo de
algumas normas do Orçamento do Estado para 2013.
"Pela
primeira vez em democracia, um primeiro-ministro ataca o Tribunal
Constitucional. Em democracia não se ataca o Tribunal Constitucional, cumpre-se
a Constituição", contrapôs o dirigente socialista, antes de sugerir que se
coloque uma questão a este mesmo propósito ao chefe de Estado, Cavaco Silva.
"Um
dia alguém pode perguntar ao Presidente da República se considera tudo isto um
normal funcionamento das instituições", disse.
Tal
como afirmara na segunda-feira o secretário-geral do PS, António José Seguro,
também José Junqueiro reiterou a ideia de que os socialistas recusam mais
medidas de austeridade.
"Os
senhores [da maioria governamental] sempre nos hostilizaram, foram radicais -
são aliás o Governo mais radical que a democracia conheceu -, passaram o tempo
a atacar o PS e agora querem o apoio do PS", afirmou José Junqueiro." LUSA
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