sábado, 12 de janeiro de 2013

CORTAR NAS REFORMAS NÃO É REFORMA DO ESTADO: É DESLEALDADE

O secretário-geral do PS avisou hoje o Governo que "não tem legitimidade" para aplicar as medidas que constam do relatório do FMI, mas não esclareceu se o partido poderá avançar com uma moção de censura. "O primeiro-ministro deve ter bem presente as palavras que estou a dizer: Não tem mandato, nem o Governo tem legitimidade porque aquilo que está no relatório do FMI é ao contrário daquilo que o primeiro-ministro prometeu aos portugueses", avisou António José Seguro, à margem de uma visita a uma fábrica de calçado do grupo Kyaia, em Paredes de Coura. Contudo, escusou-se, perante a insistência dos jornalistas, a esclarecer se poderá avançar com uma moção de censura ao Governo, caso a maioria PSD/CDS-PP venha a implementar as medidas agora conhecidas. "Se não seguir esse caminho [agenda de crescimento defendida pelo PS], terei muito gosto em responder a essa pergunta, na altura", afirmou Seguro, sustentando: "Os portugueses não votaram no FMI para governar Portugal"
O secretário-geral do PS acusou hoje o Governo de se ter metido "numa trapalhada" com as medidas previstas no último relatório do FMI, da qual "quer sair" com "um apelo" ao Partido Socialista. "De cada vez que o Governo se mete numa trapalhada e quer sair dela o que é que faz? Um apelo ao Partido Socialista", criticou António José Seguro, a propósito da proposta de PSD e CDS-PP para constituição de uma comissão eventual sobre a reforma do Estado. 
"Conheceu-se um estudo [FMI] na trapalhada que todos sabemos. Dar a um jornal sem ter a coragem de assumir os resultados do estudo que pediram. Isto não são maneiras de governar o país", afirmou António José Seguro, assegurando: "Não estaremos [na comissão]". O líder socialista sublinhou ainda a indisponibilidade do partido para participar no "corte de 4 mil milhões de euros nas funções sociais" do Estado, declarando: "É uma opção do Governo que não contará com o apoio do PS, pelo contrário, contará com a oposição"
Durante uma visita oficial a Paredes de Coura, instado a apontar a posição que o PS adotará caso as medidas agora conhecidas venham a ser implementadas pelo Governo, António José Seguro afirmou apenas apoiar "a modernização" do Estado. "Não contém com PS para desmantelar o Estado social. Vamos continuar a apresentar propostas, a dialogar com os portugueses, demonstrando que existe um caminho alternativo", disse, rematando: "Água mole em pedra dura tanto dá até que fura

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