Constança
Cunha e Sá pôs o dedo na ferida. Olhou para as afirmações do Primeiro-ministro,
do ministro das Finanças e do nosso inefável conterrâneo Hélder Amaral, em
representação do CDS, o tal partido dos reformados, e concluiu, em síntese: "O MF a
dizer que a carga fiscal pode tornar-se "intolerável e
insustentável"...que não sabe dizer quando será o ponto de viragem e que
nunca teve a ambição de que as previsões sejam infalíveis...e esqueceu que o
PM, há 2 ou 3 semanas, disse que o segundo semestre de 2013 ia ser o ponto de
viragem na economia, sendo evidente que Gaspar não acredita nisto ou deixou de
acreditar, o que dá uma amostra do ano que nos
espera … também ao deputado do CDS Hélder Amaral ouviu dizer uma coisa
inacreditável, que o governo vai arranjar forma de pôr os reformados a
contribuir como todo o resto da sociedade, perguntando se os reformados não
contribuíram já .... o PM supostamente "enganou-se ou explicou-se
mal" quando falou em propinas no ensino secundário, por coincidência o
novo líder da JSD veio defender exatamente o mesmo".
É isto que temos.
Aquando do governo do PS, qualquer diferença entre as previsões e a realidade
era classificada como mentira. Hoje os erros permanentes, as previsões e
retificações não são erros, nem mentiras, são imponderáveis dos mercados. Tudo
se explica pela flutuação externa das economias, matéria que no governo
anterior era classificada de incompetência.
Ficámos a saber, pois,
que o ministro das Finanças desconhece e nem pode assegurar o momento em que a
economia possa ter uma viragem, apesar do Primeiro-ministro, neste verão, ter
prometido um crescimento. No que toca a propinas no secundário o
Primeiro-ministro veio dizer que fora mal interpretado, que elas não existirão,
mas escondendo-se atrás da JSD lá mandou o novo líder para insistir na “tecla”:
propinas…propinas ….!!!
Por último, o nosso
deputado Hélder Amaral, em nome do CDS, voltou a fazer das suas. Já o tínhamos
ouvido dizer, na AR, perante os empresários da restauração, a propósito do IVA,
uma espécie de “não tenhais medo”, porque para os que forem à falência o
governo dará um subsídio de desemprego. Agora, com o mesmo brilhantismo, disse
que “o governo vai arranjar forma de pôr os reformados a contribuir como todo o
resto da sociedade”. Pois, trata os reformados como uma espécie de malandros
que nunca descontaram do seu dinheiro, do seu salário, do seu trabalho e que
agora ninguém escapará, porque o governo vai “pô-los na ordem”, vai pô-los a
contribuir. Mas,
então, os reformados já não contribuíram?
DV
2012-12-19
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