sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

MAS, ENTÃO, OS REFORMADOS JÁ NÃO CONTRIBUÍRAM?


Constança Cunha e Sá pôs o dedo na ferida. Olhou para as afirmações do Primeiro-ministro, do ministro das Finanças e do nosso inefável conterrâneo Hélder Amaral, em representação do CDS, o tal partido dos reformados, e concluiu, em síntese: "O MF a dizer que a carga fiscal pode tornar-se "intolerável e insustentável"...que não sabe dizer quando será o ponto de viragem e que nunca teve a ambição de que as previsões sejam infalíveis...e esqueceu que o PM, há 2 ou 3 semanas, disse que o segundo semestre de 2013 ia ser o ponto de viragem na economia, sendo evidente que Gaspar não acredita nisto ou deixou de acreditar, o que dá uma amostra do ano que nos espera … também ao deputado do CDS Hélder Amaral ouviu dizer uma coisa inacreditável, que o governo vai arranjar forma de pôr os reformados a contribuir como todo o resto da sociedade, perguntando se os reformados não contribuíram já .... o PM supostamente "enganou-se ou explicou-se mal" quando falou em propinas no ensino secundário, por coincidência o novo líder da JSD veio defender exatamente o mesmo".
É isto que temos. Aquando do governo do PS, qualquer diferença entre as previsões e a realidade era classificada como mentira. Hoje os erros permanentes, as previsões e retificações não são erros, nem mentiras, são imponderáveis dos mercados. Tudo se explica pela flutuação externa das economias, matéria que no governo anterior era classificada de incompetência.
Ficámos a saber, pois, que o ministro das Finanças desconhece e nem pode assegurar o momento em que a economia possa ter uma viragem, apesar do Primeiro-ministro, neste verão, ter prometido um crescimento. No que toca a propinas no secundário o Primeiro-ministro veio dizer que fora mal interpretado, que elas não existirão, mas escondendo-se atrás da JSD lá mandou o novo líder para insistir na “tecla”: propinas…propinas ….!!!
Por último, o nosso deputado Hélder Amaral, em nome do CDS, voltou a fazer das suas. Já o tínhamos ouvido dizer, na AR, perante os empresários da restauração, a propósito do IVA, uma espécie de “não tenhais medo”, porque para os que forem à falência o governo dará um subsídio de desemprego. Agora, com o mesmo brilhantismo, disse que “o governo vai arranjar forma de pôr os reformados a contribuir como todo o resto da sociedade”. Pois, trata os reformados como uma espécie de malandros que nunca descontaram do seu dinheiro, do seu salário, do seu trabalho e que agora ninguém escapará, porque o governo vai “pô-los na ordem”, vai pô-los a contribuir. Mas, então, os reformados já não contribuíram?
DV 2012-12-19

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