sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Isabel Jonet na opinião de Pacheco Pereira - Quadratura do Círculo



Sobre Isabel Jonet - O Banco Alimentar tem obra fundamental no combate à pobreza em Portugal e evitou comentar as declarações anteriores de Isabel Jonet, embora contivessem já alguns aspectos que seriam criticáveis.
Estas declarações já são de outra natureza, de carácter e conteúdo político claro; dá o passo complicado de dizer que prefere a caridade à solidariedade social, uma comparação que suscita todas as reservas; o problema está em quando se valoriza a caridade em relação à solidariedade, estando implícita uma supremacia moral e social, que é inaceitável, até pela própria Igreja portuguesa que faz uma chamada de atenção em relação às obrigações do Estado. Significa (essa visão) um enorme retrocesso em termos sociais; é um discurso político profundamente conservador e que remete para um mundo muito mais cruel; e é um eco do discurso do poder actual, utilizando expressões pejorativas como o conceito de "direitos adquiridos", e da sua legitimação. O discurso político e do poder é insensível quando fala de pobreza, desvalorizando aspectos subjectivos do sofrimento, que não é só económico e social, não existindo no discurso do PM empatia com as pessoas, proximidade com o seu sofrimento.

1 comentário:

  1. Isabel Jonet deve estar "choné" a caridade acenta essencialmente no DAR do que lhe pertence, num conceito de selecção serviçal do receptor (Já a Rainha Santa Isabel, que esta só tem o nome) fazia caridade as escondidas do Rei. O enorme trabalho contra a fome desenvolvido pelo Banco Alimentar tem que ser solidariedade porque se trata de REDISTRIBUIR bens a milhares de pessoas, que outros milhares entregaram com esse fim. É importante que quem se disponibiliza para ajudar seja solidário e não se confunda com a visão retrogada de quem tem um papel de coordenadora de uma equipa e não de dona dos bens doados por outros, de forma solidária.

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