sexta-feira, 5 de outubro de 2012

QUADRATURA DO CIRCULO ANUNCIA DESASTRE DO GOVERNO

Síntese - SÃO DE PARTIDOS DIFERENTES MAS CONCORDAM NO DESASTRE GOVERNAMENTAL - ANTÓNIO LOBO XAVIER:Governo fez alternativa total a si próprio e ao seu próprio plano apresentado há 15 dias, com aumento da tributação das empresas, o que o deixa perplexo... apouca. ANTÓNIO COSTAA política económica e financeira deixou de existir, existe o acaso; o fracasso da estratégia orçamental é o que justifica a adopção destas medidas; e mesmo em relação ao sucesso da operação de renovação da dívida, é preciso saber quem a comprou. PACHECO PEREIRANão existe nexo, está tudo fragmentado, não há qualquer espécie de inteligência, é o grau zero da política. A cena no parlamento foi patética e o PM ANDA A FUGIR. FALTAM A TUDO .
ANTÓNIO LOBO XAVIER - Governo fez alternativa total a si próprio e ao seu próprio plano apresentado há 15 dias, com aumento da tributação das empresas, o que o deixa perplexo.
Defende que a despesa primária baixou brutalmente (e não é só imputável aos salários, uma parte dela foi estrutural) e isto passa despercebido e até mesmo o próprio governo apouca.
Percebe a lógica do MF, de querer agradar aos critérios da troika, havendo um grau de satisfação externa elevado, e deixando a política para quem conheça o país; é possível fazer política para além do acerto das contas, o que acontece é que as gaffes, os deslizes, os discursos mal pensados, algumas medidas erradas, estão a matar a política e a desagregar o governo
ANTÓNIO COSTA: Prefere aguardar para ver qual é a brutalidade das medidas e quem é mais atingido, quando conhecermos as medidas em pormenor.
Estas medidas não são alternativas à TSU, que era apresentada como estímulo às empresas e que só muito marginalmente contribuía para a redução do défice.
Questiona a razão do Estado, há 15 dias, poder prescindir de 2,3 mil milhões para dar às empresas e agora esse dinheiro ser para o Estado, sem que nada tenha sido dito sobre emprego e crescimento.
Questiona só termos tido conhecimento destas medidas porque Durão Barroso, certamente por "distração", ter revelado que tinham sido acordadas em Bruxelas antes de serem anunciadas.
Questiona o que se assistiu no debate das moções de censura, em que poucos devem ter sido os instantes em Portas levantou a cabeça, depois de tudo o que disse sobre política fiscal; e ter sido extraordinário, quando Honório Novo citou a carta de Portas aos militantes do CDS, assistir ao riso efusivo de Relvas e Passos Coelho perante o enxovalho de Portas.
A política económica e financeira deixou de existir, existe o acaso; o fracasso da estratégia orçamental é o que justifica a adopção destas medidas; e mesmo em relação ao sucesso da operação de renovação da dívida, é preciso saber quem a comprou.
Mesmo com esta redução artificial da despesa (através do corte de salários, ataque ao SNS, à escola pública, ao transporte público), o défice é muito superior às metas, com a queda da receita a ter sido muitíssimo superior à queda da despesa.
Salienta o exemplo dos Açores, que tem conseguido fazer reduzir o défice e a dívida porque tem conseguido sustentar minimamente a actividade económica.
Este governo criou a ilusão de que era possível fazer o ajustamento sem política, destacando a comparação com 83/85, em que houve 2 grandes diferenças, a liderança política de Soares e ter havido um horizonte; este governo não dá um sinal de expectativa para o futuro, as pessoas têm a percepção de que o governo não acredita no país e nos portugueses, havendo um problema de gestão de expectativas, que são essenciais para a capacidade de resistência e mobilização.

PACHECO PEREIRA - Não existe nexo, está tudo fragmentado, não há qualquer espécie de inteligência, é o grau zero da política. A cena no parlamento foi patética e o PM anda a fugir (evitou apresentar as medidas, não vai estar no 5 de Out).
A completa incompreensão do tempo político leva à criação de pacotes de austeridade para remendar o anterior e cada vez a margem de manobra da governação é menor. Não tem a menor dúvida de que milhares de famílias não vão poder pagar os impostos. O PR também tem que parar para pensar duas vezes (no que está a suceder).
Estamos numa situação de pacotes (de austeridade) sobre pacotes, em que a cada vez que o governo apresenta um pacote, implicitamente diz "isto chega" e diz não serem precisas mais medidas.
Em relação à despesa, estamos a poupar mas não há mudanças estruturais, temendo que se ou quando o dinheiro voltar, volte a correr pelos mesmos sítios.
Parte do problema é que o PS devia, neste contexto, funcionar como alternativa moderada, consciente e inteligente, propondo medidas que objectivamente fossem de outra natureza, mas não o faz, porque no PS não há inteligência (no sentido administrativo, prático) nenhuma.

Sem comentários:

Enviar um comentário