sexta-feira, 12 de outubro de 2012

(in Diário de Viseru) A DESCONSTRUÇÃO DA ECONOMIA REGIONAL


Em momento oportuno escrevi que, em Junho de 2012, estavam inscritos nos 4 centros emprego do distrito 21780 pessoas, mais 4812 do quem em 2011, o que corresponde a um aumento de 28%, mais intenso do que os 25% da média nacional. E, pelo silêncio dos partidos políticos, parece que ninguém quer saber deles.
Os dados revelados esta semana pelo IEFP confirmam em Agosto um aumento ainda maior. Esta situação é, no entanto, muito mais grave, sobretudo socialmente, porque muitos milhares de desempregados já não auferem o respetivo subsídio, nem qualquer outro apoio. E não venham o PSD e CDS dizer que só não trabalha quem não quer, porque todos querem o que estes partidos restringiram: o trabalho.
Há razões políticas que explicam o drama. O governo conseguiu que as PMEs portuguesas, tal como foi noticiado, estejam a pagar os juros mais elevados da Europa. Os incentivos fiscais ao interior foram retirados na totalidade, curiosamente pelos governantes do PSD com origem no distrito. Como era um gosto ouvi-los falar na posição. Tudo era pouco e tudo era fácil!
As PMEs, tal como as pessoas em geral, confrontam-se com o descontrolo de preços nos combustíveis, com um IVA à taxa máxima na luz, na água, na alimentação ou na restauração. Nas SCUTs, A24 e A25, o governo, em novembro, introduziu, por pressão do PS, isenções e descontos para residentes. Agora acabou com as isenções sem medidas alternativas.
É neste contexto que a transportadora JLS, com cerca de 300 camiões, investe em França 8 milhões de euros em instalações e equaciona a possibilidade de transferir para lá a sua sede fiscal. O abastecimento de combustível já é feito em Espanha. São cerca de 6 milhões de euros. O drama pode repetir-se com a Patinter, a maior empregadora do setor, entre outras entidades relevantes.
Os membros do governo que pontificam na economia e nos transportes são de Viseu. Se a sua obrigação é conhecerem e governarem para todo o país, a verdade é que não se deveriam ter esquecido nem do país, nem do interior. De conhecidos "faladores" das PMEs e da sua importância, passarão brevemente à história como aqueles que assinaram a desconstrução da economia regional

DV 2012.10.10

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