Em momento oportuno escrevi que, em Junho de
2012, estavam inscritos nos 4 centros emprego do distrito 21780 pessoas, mais
4812 do quem em 2011, o que corresponde a um aumento de 28%, mais intenso do
que os 25% da média
nacional. E, pelo silêncio
dos partidos políticos,
parece que ninguém quer
saber deles.
Os dados revelados esta semana pelo IEFP
confirmam em Agosto um aumento ainda maior. Esta situação é, no
entanto, muito mais grave, sobretudo socialmente, porque muitos milhares de
desempregados já não auferem o respetivo subsídio, nem qualquer outro apoio. E não venham o PSD e CDS dizer que só não
trabalha quem não
quer, porque todos querem o que estes partidos restringiram: o trabalho.
Há razões políticas
que explicam o drama. O governo conseguiu que as PMEs portuguesas, tal como foi
noticiado, estejam a pagar os juros mais elevados da Europa. Os incentivos
fiscais ao interior foram retirados na totalidade, curiosamente pelos
governantes do PSD com origem no distrito. Como era um gosto ouvi-los falar na
posição. Tudo era pouco e tudo
era fácil!
As PMEs, tal como as pessoas em geral,
confrontam-se com o descontrolo de preços nos
combustíveis,
com um IVA à taxa
máxima na luz, na água, na alimentação ou na restauração. Nas SCUTs, A24 e A25, o governo, em
novembro, introduziu, por pressão do
PS, isenções e
descontos para residentes. Agora acabou com as isenções sem medidas alternativas.
É neste contexto que a
transportadora JLS, com cerca de 300 camiões,
investe em França 8
milhões de euros em instalações e equaciona a possibilidade de transferir
para lá a sua
sede fiscal. O abastecimento de combustível já é feito
em Espanha. São
cerca de 6 milhões de
euros. O drama pode repetir-se com a Patinter, a maior empregadora do setor,
entre outras entidades relevantes.
Os membros do governo que pontificam na
economia e nos transportes são de
Viseu. Se a sua obrigação é conhecerem e governarem para todo o país, a verdade é que não se
deveriam ter esquecido nem do país, nem
do interior. De conhecidos "faladores" das PMEs e da sua importância, passarão brevemente à história
como aqueles que assinaram a desconstrução da
economia regional
DV
2012.10.10
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