A reação que neste momento entendemos fazer à declaração
do Primeiro Ministro é a seguinte:
O Sr. Primeiro
Ministro surpreendeu hoje, mais uma vez, os portugueses. O PS opõe-se ao
conjunto destas medidas e ao que elas significam. Estas medidas ultrapassam todos os limites admissíveis.
Na prática, os
reformados e os funcionários públicos ficam sem os dois salários ou pensões que
já lhes tinham sido cortados este ano, e os trabalhadores do sector privado
ficam sem o equivalente a um salário, o que se traduz, efetivamente, num
aumento de impostos.
É mais do mesmo
sobre os mesmos. Mais sacrifícios sobre os trabalhadores e os reformados. Não
podem ser os trabalhadores a pagar a crise. Já vivemos no limiar das
possibilidades e é insuportável mais carga fiscal e mais encargos.
Os portugueses
este ano estão a fazer enormes sacrifícios e o que se sabe é que o Governo
falhou as metas a que se tinha proposto. Ainda hoje o INE confirmou este falhanço do Governo. A
que propósito se insiste no erro e em políticas que reforçam a espiral
recessiva e levam a menos economia e mais desemprego?
Parece que a única
preocupação do Governo continua a tentar ser um bom aluno da Troika, sem
iniciativa ou capacidade para propor qualquer alternativa.
Os portugueses
ficam com a certeza que o Primeiro Ministro e o Governo nada mais têm para oferecer
do que uma política de austeridade. Esta é a sua política. Austeridade sobre
austeridade, custe o que custar. Este governo não tem política económica, como
não tem política europeia nem vestígios de sensibilidade social.
E os resultados a
que assistimos só têm uma causa: a obsessão pela austeridade que agora se
pretende reforçar. A espiral recessiva alimenta uma pretensa necessidade de
novas medidas que, por sua vez, só alimentam o problema. É tempo de dizer
Basta.
Há outro caminho.
A prioridade deve ser o crescimento e o emprego e o Governo tinha obrigação de
negociar mais tempo, para um ajustamento mais sustentável, que os portugueses
suportassem e que promovesse a competitividade do país.
Hoje, como sempre
no último ano, o Governo agiu sem ter em conta as propostas do PS e a voz de
tantos portugueses que alertam para a necessidade de uma política alternativa.
Também aqui o Governo cometeu um grave erro político.
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