sexta-feira, 10 de agosto de 2012

LEI: A EQUIVALÊNCIA A UMA FRAUDE!


O governo fez aprovar uma lei que supostamente deveria liderar a transparência nos concursos públicos. O resultado é exatamente o contrário. Os júris nunca farão um escrutínio até ao fim, porque o diploma não permite a hierarquização. Compete, pois, à tutela olhar e escolher quem muito bem entender!
Durante a negociação sugeri ao executivo que, neste contexto, era mais honesto optar pela escolha política do que por este método que em nada ilustra a verdade. Compreende-se (!?) que um alto cargo possa ser preenchido por alguém que tenha a confiança da tutela. Será sempre o governo a ser julgado pelo resultado final das suas políticas. Mas a opção foi pelo “faz-de-conta”.
Esta situação iníqua não extingue a gravidade da “finta” à verdade. É que a lei não vai ser aplicada em 2012. Perguntará o mais incauto: por que motivo foi feita, ainda por cima com prioridade acrescida, e não é aplicada? A resposta é simples. Há uma vaga de nomeações e é necessário criar o “critério de experiência” no cargo para disfarçar melhor a escolha política.
Este procedimento também não extingue a gravidade do problema. A modificação das leis orgânicas permite colocar em gestão os dirigentes em exercício e viabiliza a nomeação dos novos apoiantes da maioria. Acontece, porém, que um conjunto de dirigentes assumira as suas funções através de concursos públicos anteriores e fora do alcance do critério político.
Ora, esta alteração de fino recorte também extingue aquilo que fora o resultado desses concursos, verdadeiros. A estratégia tem atingido todos os organismos em geral, com particular destaque para a segurança social e instituto de emprego.
E agora temos a quantificação dos resultados. No total das nomeações, mais de 3 mil em um ano (até ao dia de hoje), 1267 foram de cargos dirigentes, em nome dos quais foi feita a dita lei, promulgada pelo Presidente da República, e metida na gaveta pelo governo. Este diploma também entra no processo de equivalências, neste caso a equivalência a uma fraude!
DV 2012-08-08

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