António José Seguro foi eleito há um
ano, mas o Congresso só aconteceria em Setembro, em Braga. No parlamento apenas
no início da sessão legislativa existiria uma nova direção, presidida por
Carlos Zorrinho.
O grupo parlamentar foi-se conhecendo
a si próprio. Tinha muitos valores e ganhou novos valores que se constituíram
numa vantagem, sobretudo à medida que foram trabalhando na sua diversidade e se
adaptaram a uma nova realidade: ser oposição.
Esta começa a ser mais visível no último trimestre de 2011 e assume uma intensidade, que não mais perderia, com a discussão sobre o OE 2012. António Seguro aproveita bem os debates quinzenais com o primeiro-ministro sustentando a sua intervenção em alternativas credíveis e concretas. Chega ao fim desta sessão legislativa com 356 propostas das quais a maioria governamental chumbou, em média, 75%. O grupo parlamentar do PS trabalhou com responsabilidade e competência. O governo ignorou!
Esta começa a ser mais visível no último trimestre de 2011 e assume uma intensidade, que não mais perderia, com a discussão sobre o OE 2012. António Seguro aproveita bem os debates quinzenais com o primeiro-ministro sustentando a sua intervenção em alternativas credíveis e concretas. Chega ao fim desta sessão legislativa com 356 propostas das quais a maioria governamental chumbou, em média, 75%. O grupo parlamentar do PS trabalhou com responsabilidade e competência. O governo ignorou!
A estratégia também se desenvolve de
fora para dentro, de Bruxelas para Portugal. António Seguro sabe que é lá que
está o epicentro dos problemas: a ausência de liderança, de políticas concertadas
com os valores europeus, do primado das pessoas sobre o dinheiro. Agiu e conseguiu
marcar pontos com o "Ato Adicional”, ideia que criou e se consolidaria como
alternativa europeia depois da vitória de Hollande.
Sabe, contudo, que é em Portugal que
tem de resolver outro problema: convencer os portugueses que a receita do
governo é excessiva, que o PS tem uma alternativa credível e que o
empobrecimento e a resignação não são uma inevitabilidade e muito menos um
“fado” ingrato.
Mantendo-se fiel aos compromissos que
o PS assumiu no memorando da Troika, mesmo não tendo participado na sua
discussão e decisão, cedo percebeu que o caminho escolhido pela direita
exigiria um sacrifício supremo aos portugueses: desemprego, empobrecimento e
morte da economia.
Pede primeiro, e depois exige, ao
primeiro-ministro, que solicite mais um ano, pelo menos, para alcançar a
satisfação dos compromissos. Isso significaria menos austeridade, menos
sofrimento das pessoas, mais dinheiro na economia, mais crescimento e emprego.
O governo não cede e, tal como
acabámos de ler em recente entrevista, o Presidente da Republica assina por
baixo, para lhe dar cobertura, mas, como é hábito, fingindo e procurando fazer
crer, que “mais tempo” teria resultados contrários. Uma falácia! Não aprendeu
nada com a resposta da opinião pública à sua “estória” de dificuldades sentidas
com os seus 10 mil euros de reforma.
Peter Doyle do FMI, que negociou o
memorando, demitiu-se confessando “vergonha”, acusando “o Fundo de
incompetência e de ter ignorado os avisos sobre a crise do euro e da finança
global”. Talvez um dia Passos Coelho, que insiste em ignorar os sinais, venha a
ter o mesmo rebate de consciência.
Depois de um ano de oposição há que
reconhecer que o PS fez o que devia, os portugueses também e só o governo
falhou. Colaboração é diferente de submissão. Portanto, para 2013 não haverá
cheque em branco para Passos Coelho.
DN 2012-07-27
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