RAJOY e P. COELHO MENTIRAM AOS SEUS POVOS -Tentaram esconder a crise internacional e dizer que era APENAS NACIONAL e produto das más políticas dos socialistas. Em poucos meses colocaram os seus países em sofrimento profundo. A MESMA RECEITA E O MESMO DESASTRE. Sem resultados, cortando na educação ou nos direitos do trabalho afundam-se no seu veneno!
"Ao fim de quatro meses de Governo, Mariano Rajoy já paga a factura de uma ‘agenda reformista sem precedentes’ que teima em não dar resultados. E nem as ex-colónias o ajudam.
No último domingo, Mariano Rajoy admitia que o seu Governo apostara numa «agenda reformista sem precedentes na democracia» espanhola e explicava a razão: «Espanha não necessita de maquilhagem, precisa de mudanças estruturais profundas».
O primeiro-ministro espanhol mostrava também saber que há quem «não entenda as decisões» do seu Executivo, mas garantiu estar «absolutamente consciente» do que está a ser feito. Rajoy voltou a lembrar que o país se «comprometeu com a Europa» a não ultrapassar os 6% de défice, valor que Zapatero «deixou nos 8,5%». O seu Governo, reforçou, foi obrigado a «reduzir o défice em 18 mil milhões de euros mais do que o previsto».
O tom justificativo de um primeiro-ministro empossado há apenas quatro meses explica-se pela multiplicação de protestos contra as sucessivas reformas anunciadas e também por dados económicos que teimam em esconder a recuperação prometida.
De regresso à recessão
No primeiro trimestre do ano, 365.900 pessoas perderam o emprego, colocando a percentagem de desempregados nos 24,44% – número inédito na democracia espanhola. Para tal contribuiu o terceiro trimestre consecutivo de contracção económica, que oficializou a segunda recessão espanhola desde 2009.
O número de postos de trabalho destruídos é 14,8% superior ao registado no mesmo trimestre do ano anterior e não falta quem aponte as reformas de Rajoy como principal causa. «A primeira consequência da reforma laboral são os 400 mil espanhóis que perderam o emprego», considerou Alfredo Pérez Rubalcaba, líder da oposição socialista.
Referindo-se ao novo método de cálculo das indemnizações por despedimento – de 45 dias por ano para 33, podendo ser apenas 20 se a empresa registar prejuízo em três trimestres consecutivos –, o número dois de Zapatero no Governo anterior diz que, «quando se abarata os despedimentos durante uma recessão, eles aumentam e com menos direitos».
Reformas contestadas
Mas se a lei laboral motivou a primeira greve geral do Governo de Rajoy, a 29 de Março, as reformas posteriormente anunciadas têm recebido a mesma aprovação. Foi o que aconteceu quando se soube que dos 18 mil milhões extra a retirar do Orçamento, 10 mil milhões sairão das verbas previstas para a Educação e Saúde.
Na primeira, entre outras medidas, irá aumentar o número de alunos por turma, o número de horas de aulas por semana para cada professor e o tecto máximo das propinas universitárias. Na segunda, aumentam as taxas de assistência hospitalar, diminuem as comparticipações estatais na compra de medicamentos e retira-se a assistência básica gratuita aos imigrantes ilegais.
Não foi, portanto, de admirar que na terça-feira, quando mais de um milhão de pessoas saíram à rua em toda a Espanha para celebrar o Dia do Trabalhador, os cartazes erguidos fossem dirigidos às reformas do Governo do Partido Popular: «Ensino público de qualidade» e «cortar na saúde é crime» eram as mensagens.
E aos protestos nacionais juntam-se as manifestações locais, tanto contra medidas dos Governos autónomos como contra decisões de Rajoy com um impacto mais localizado. É o caso da cobrança de portagens nas auto-estradas (equivalentes às SCUT portuguesas) nas regiões de Valência e Catalunha, onde 25 mil pessoas recusaram pagar a nova tarifa. Uma medida que o Governo quer alargar até ao final do ano – apenas para automóveis ligeiros – aos mais de 12 mil quilómetros de auto-estrada não paga em todo o país.
Tudo contra Rajoy
A ideia promete agravar a relação de Rajoy com o eleitorado, que já começa a dar sinais de desgaste: o PP teria hoje menos 6% dos votos alcançados em Novembro e 70% dos inquiridos num estudo da Metroscopia dizem ter «pouca ou nenhuma» confiança no actual Executivo.
E se em Espanha o ambiente não lhe é favorável, de nada vale a Rajoy virar-se para fora: esta semana, o boliviano Evo Morales decidiu nacionalizar a eléctrica do país, que pertencia em parte à rede eléctrica espanhola. Mais um golpe de uma ex-colónia, depois de a Argentina ter feito o mesmo com a petrolífera YPF.
Foi mais um factor que contribuiu para os recordes negativos registados na quarta-feira na bolsa de Madrid, embora a principal causa esteja em mais uma revisão em baixa do rating dos principais bancos espanhóis, que viram a sua cotação cair a uma média de 4%.
Também o mercado da dívida mostra dúvidas quanto à ambiciosa austeridade espanhola: os títulos a 10 anos estão outra vez a rondar os 6% de juros. Mariano Rajoy acredita, porém, que está a plantar «as bases para o futuro». Vai «levar o seu tempo» mas «melhores dias virão», garante o «último moicano da austeridade», como lhe chama Rubalcaba."
Sem comentários:
Enviar um comentário