O PS fez aprovar na quarta-feira, na Assembleia da República, o projeto de resolução sobre o “Ato Adicional”, que configura uma agenda para o crescimento e emprego e um sentido ao Tratado Orçamental, entretanto ratificado, recentrando-o nas pessoas.
O recuo da maioria PSD/CDS, que há pouco mais de um mês tinha chumbado a iniciativa do PS, não é obra do acaso. António Seguro defendeu desde sempre esta agenda. O governo derrotou-a de imediato e em permanência. O prejudicado foi o Portugal e não o PS.
Os resultados estão à vista, através dos números do próprio governo e da sua Direção Geral do Orçamento (DGO): o défice cresceu 4,2 milhões por dia e a despesa do estado também. O IRC (empresas - economia) teve uma quebra na receita de 15,6 % face a igual período do ano passado, outros impostos indiretos registam um afundamento de 72,3 % e o ISP (combustíveis) caiu 7,8 %. No IVA, (consumo), o recuo é de 3,5 % e o ISV (automóveis) caiu 48 %. Portanto, foram os nossos salários - IRS - a única receita a aumentar. A política do governo faliu.
Os líderes socialistas europeus, muito rapidamente, adotaram como linha orientadora o documento do PS e François Hollande, com a sua vitória, deu-lhe prioridade. A poderosa Alemanha suspendeu, ato contínuo, a ratificação do tratado.
É neste contexto que na passada quarta-feira o presidente dos Socialistas Europeus, Sergei Stanishev, declarou: "Este passo dado pelo PS em Portugal espelha as discussões tidas hoje entre todos os líderes socialistas europeus. Precisamos de uma forte posição sobre os "eurobonds", o reforço do Banco Europeu de Investimento (BEI), no acesso aos fundos estruturais e um debate claro sobre o papel do Banco Central Europeu (BCE). O roteiro estabelecido pelo PS e pelo António Seguro dá-nos uma agenda clara".
O tempo é o melhor conselheiro. Portugal precisa de mais tempo e as pessoas de menos sacrifícios, porque só assim, para elas e para a economia, estaremos a criar novas oportunidades.
Passos Coelho está refém de Paulo Portas, totalmente dependente do radicalismo liberal de Vítor Gaspar, não tem ministro da Economia e, agora, o seu número de dois, o “poderoso Miguel Relvas”, deixou de ser uma oportunidade para se transformar num constrangimento.
Portanto, isto só lá vai, se Passos Coelho tiver coragem para realizar um outro “ato adicional”: a remodelação governamental!
DB 2012-05-24
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