Ao comentar hoje aos jornalistas, em Viseu, os dados da execução orçamental, José Junqueiro lamentou que se tenha verificado “uma diminuição da receita e um aumento da despesa, exatamente aquilo que o primeiro-ministro tinha jurado” que não aconteceria.
“Os resultados conhecidos da execução orçamental, com os números do Governo, dizem ao PS uma coisa extraordinariamente grave: esta receita não está a resultar e o Governo está a matar a economia”, frisou.
Na sua opinião, “só assim se percebe que a execução orçamental aponte para um desnorte do Governo e para um caos nas contas públicas”, com o Governo a cortar “não nas gorduras do Estado”, mas nos rendimentos das pessoas.
“A quebra da receita fiscal de 5,8 por cento é significativa, a do IVA também. Foi um erro assumido pelo Governo colocar o IVA (nomeadamente da eletricidade, do gás e do setor da restauração) à taxa máxima”, acrescentou, lembrando dados que apontam que, no primeiro trimestre deste ano, tenha havido “51,1 por cento de aumento do número de ações de insolvência” em Portugal.
O antigo secretário de Estado considerou que “isto explica que o saldo global de positivo tenha passado para negativo em 415 milhões” e também que “a segurança social, forte em 2010, forte ainda em 2011, seja agora anunciada com um saldo que é uma décima parte da média que teve nestes dois anos”.
“É algo que é absolutamente trágico, porque resulta apenas de uma má gestão da Segurança Social”, lamentou, acrescentando que “o PS já tinha avisado que este não era o caminho, que austeridade em cima de austeridade daria desemprego e recessão”.
José Junqueiro exortou o Governo a explicar o que se passa na Segurança Social, porque “ela não é insustentável, a política do Governo é que é insustentável e o senhor ministro também”.
Por outro lado, referiu que o ministro “tem um novo problema para resolver”, o da “desautorização de que foi alvo esta semana por parte do primeiro-ministro e que negou aquilo que tinha definido como prioridade, o plafonamento (da Segurança Social)”.
Neste contexto, com as receitas a cair e a despesa a aumentar, o deputado socialista sublinhou que as metas traçadas para a execução orçamental não se estão a cumprir.
“Perguntamos nós ao Governo e ao primeiro-ministro: mas afinal que caminho é este que se traduz em tantos sacrifícios para os portugueses e origina um caos nas contas da execução orçamental?”, questionou.
Para José Junqueiro, a justificação do Governo de que estes dados se devem a fatores temporários não faz sentido.
“Suponho que também o Governo é capaz de ser temporário se continuar assim, porque este fatores são derivados das contas que o Governo faz, das retificações orçamentais que têm sido feitas”, realçou, criticando o Governo por constantemente “se desmentir a si próprio”.
Sem comentários:
Enviar um comentário