domingo, 1 de abril de 2012

CONSTANCIO NÃO EXCLUI NOVO PACOTE DE AJUDA A PORTUGAL!

Daniel Rosário, na Dinamarca - Para o Governo há apenas um slogan: não é preciso nem mais tempo, nem mais dinheiro - Vítor Constâncio não exclui a possibilidade de Portugal vir a precisar de um segundo empréstimo da “troika”. O actual vice-presidente do Banco Central Europeu diz que a situação do país está em constante análise.

“Essa questão só se põe em Setembro do próximo ano, até lá temos que avaliar em geral como é que este progresso que agora se conseguiu se consolida, tornando possível o regresso ao mercado sem existir um segundo programa”, afirmou Constâncio, à margem da reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia, em Copenhaga, na Dinamarca.

O antigo Governador do Banco de Portugal, lembra que “é uma questão que tem de estar sempre em avaliação, mas depende fundamentalmente do desempenho do país no cumprimento do programa que está acordado com as autoridades europeias e a percepção dos mercados que, felizmente, tem melhorado nos últimos tempos”. 

Mas para o Governo há apenas um slogan: não é preciso nem mais tempo, nem mais dinheiro. Também presente na reunião informal do ECOFIN, Vítor Gaspar sublinhou que Portugal não foi tema de debate e que a única referência que é feita ao país nas conclusões do encontro constata que a implementação do programa de ajustamento está no bom caminho.

O que leva o ministro das Finanças a manter o optimismo: “Quando se constata no comunicado sobre os recursos financeiros do mecanismo de estabilidade europeu e se refere o sucesso dos programas irlandês e português, está implícito efectivamente que existe confiança que qualquer destes dois países terá condições para reganhar acesso aso mercados de obrigações no prazo previsto.”

Numa coisa Gaspar e Constâncio estão de acordo. O reforço do fundo de resgate do euro decidido nesta reunião vai contribuir para estabilizar a situação na Zona Euro e aliviar a pressão sobre Portugal.

O reforço dos mecanismos de resgate para os 800 mil milhões destina-se, sobretudo, a dissuadir especuladores e a proteger, se necessário, a Itália ou a Espanha, terceira e quarta maiores economias da Zona Euro, cujos juros dos títulos da dívida pública no mercado secundário têm estado acima dos valores médios de anos anteriores.

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