SÍNTESE - Estudo da Universidade de Oxford publicado na revista “Lancet” mostra que medicamento é eficaz na protecçãodo cancro do cólon, mama, pulmão e próstata ... Tomar uma aspirina por dia pode prevenir a propagação do cancro, ajudar o tratamento e travar a progressão da doença. Essa é a conclusão de um estudo da Universidade de Oxford ...O ácido acetilsalicílico comprovou ser um aliado inesperado na batalha contra uma das doenças que mais mata no mundo inteiro.
Aspirina. Afinal também é uma arma poderosa contra o cancro - Por Rita Dantas Ferreira
"Estudo da Universidade de Oxford publicado na revista “Lancet” mostra que medicamento é eficaz na protecçãodo cancro do cólon, mama, pulmão e próstata
Tomar uma aspirina por dia pode prevenir a propagação do cancro, ajudar o tratamento e travar a progressão da doença. Essa é a conclusão de um estudo da Universidade de Oxford, que mostra que o uso diário de aspirina pode ajudar no combate a diversos tipos de cancro. O ácido acetilsalicílico comprovou ser um aliado inesperado na batalha contra uma das doenças que mais mata no mundo inteiro.
O grupo de cientistas investigou um dos medicamentos mais antigos e acessíveis da história dos fármacos e conseguiu encontrar benefícios logo ao fim de alguns meses da sua utilização. O ensaio foi publicado na prestigiada revista “The Lancet” e na “The Lancet Oncologia” e é assinado pelo professor Peter Rothwell. Rothwell consegue provar que doentes com cancro que usem aspirina têm três vezes mais hipóteses de sobreviver do que os que não a tomam.
No estudo foram analisados 51 ensaios médicos, que contaram com a participação de milhares de pacientes receitados para a toma do medicamento na prevenção das doenças cardiovasculares. “Comprovámos que o uso diário de aspirina reduz a longo prazo o risco de alguns tipos de cancro, particularmente do cólon e do esófago. No entanto, o medicamento só começa a fazer efeito nestes casos oito ou dez anos depois de iniciar os tratamentos”, revela este professor.
A curto prazo Uma das novidades que o relatório apresenta é o impacto da aspirina na luta contra a doença a curto prazo. A equipa concluiu que a aspirina também tem efeitos significativos num espaço de dois a três anos, reduzindo a capacidade do cancro se propagar, o que se traduz num grande avanço no combate à doença.
Há muitos anos que a aspirina é a solução para as dores de cabeça e um dos medicamentos mais receitados na prevenção de problemas cardiovasculares como os ataques cardíacos ou derrames.
E os últimos estudos mostram agora que os efeitos do medicamento podem ir mais longe. No caso dos cancros, a possibilidade do tumor se propagar pelo resto do corpo, quando é diagnosticado, é três vezes menor nos pacientes que tomam uma dose de aspirina em relação àqueles que não a tomam e os investigadores concluíram que o risco de morte por cancro cai para metade quando o medicamento é tomado todos os dias.
Ao reduzir para metade o risco de morte com o uso diário da aspirina, o potencial de curar as pessoas com cancro é maior: tendo em consideração que mais de metade dos tumores criam metástases, Rothwell acrescenta que em cada cinco pessoas que tomam aspirina, duas delas conseguem prevenir o aparecimento das metástases.
Questionado pelos benefícios do medicamento como tratamento adicional para o cancro, o professor Peter Rothwell explica que também reduz o risco de metástases nos pacientes que começam logo a tomar o medicamento. A nova descoberta exige agora um aperfeiçoamento para confirmar os efeitos adicionais na propagação da doença.
Segundo o relatório publicado ontem na “Lancet”, o consumo de uma dose baixa, entre 75 a 300 miligramas (mg) de aspirina reduz o número total de cancros em cerca de um quarto, num período de três anos.
A equipa fez as contas e os dados são claros: em cada mil pacientes que num ano consumiram aspirina, surgiram nove casos de cancro, comparando com os 12 casos onde a doença atacou e que consumiam o medicamento placebo.
A droga também reduz o risco de morte por cancro em 15% num período de cinco anos (e em menos tempo se a dose for maior que 300 mg).
Se os pacientes consumirem aspirina por mais tempo, as mortes relacionadas com cancro cai ainda mais: 37% após cinco anos. Doses baixas de aspirina também reduzem a probabilidade de o cancro, principalmente no intestino, se espalhar para outras partes do corpo, em até 50% em alguns casos.
A nova descoberta está ainda numa fase preliminar - Todos os anos, as indústrias farmacêuticas gastam milhões na investigação contra o cancro e esta descoberta pode ser um passo importante no combate à doença, segundo explicou o médico oncologista Jean Chai, da empresa britânica Carolina’s Healthcare System
“As pessoas que tomam aspirinas parecem sofrer um risco menor de morrer de cancro”, refere também o médico Andrew Chan, do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos.
Os investigadores dizem que ainda é muito cedo para recomendar a toda a população a toma diária de aspirina, mas a nova descoberta está a intrigar os médicos oncológicos. “Esta descoberta pode obrigar os médicos a repensar a estratégia da medicação a receitar” num tratamento de cancro, admite Jean Chaid."
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