sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O GOVERNO DESISTIU DE GOVERNAR - PAGA "AVENÇA" À TROIKA PARA "ESSE SERVIÇO"

Antigos ministros do PSD contra cortes salariais no privado. Silva Peneda defende que salários já não são decisivos para aumentar competitividade

Couto dos Santos considera que sugestão da “troika” não faz sentido. Silva Peneda e Couto dos Santos defendem outro caminho para aumentar competitividade. PS desafia Passos a clarificar se defende cortes salariais no privado. Eduardo Catroga prevê "um maior ajustamento na base salarial". Passos diz que custos do trabalho baixaram no sector privado

PS rejeita política de salários baixos. Passos Coelho abre espaço a ajustes salariais no privado, CDS nem por isso. Bispo emérito de Setúbal critica falta de explicações do Governo

O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Silva Peneda, garante que a competitividade das empresas não se faz pela via da redução salarial. Já Couto dos Santos considera que não faz sentido a sugestão da “troika”.

“Pensar que a competitividade das empresas se faz pela via salarial é uma coisa que podia fazer sentido no passado, hoje não é, especialmente num país onde o salário médio é de 700 a 800 euros, uma redução salarial não é o factor mais decisivo para o aumento da capacidade”, sustenta Silva Peneda, antigo ministro do Emprego e Segurança Social de um Governo PSD.

Em declarações à Renascença, Silva Peneda defende que, nos dias de hoje, a competitividade depende, sobretudo, de outros factores, como a organização das empresas, a capacidade de liderança, o nível de formação profissional de quem trabalha e de quem dirige, os custos de contexto ou custos com energia e telecomunicações.O presidente do Conselho Económico e Social diz que o combate à economia paralela deveria ser uma grande prioridade e garante que existe uma ideia errada do que é o mercado laboral em Portugal.

Outro ex-governante social-democrata, Couto dos Santos, considera que a sugestão da “troika” não faz sentido. “O sector privado, neste momento, já tem contido os salários, há largos anos que não há aumentos, há fortes contenções e, além disso, estão sujeitos às contingências do mercado que é redução permanente de pessoal e fecho de empresas”, afirma Couto dos Santos.

O antigo ministro considera que “há outros caminhos que poderão levar à diminuição do peso dos salários para aumentar a competitividade, mas o sector privado já está a ser fortemente penalizado por esta crise”.
Incentivos fiscais, aumento do horário laboral, diminuição do abstencionismo e das baixas por doenças são alternativas ao corte dos salários no sector privado, defende Couto dos Santos.

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