No 1º semestre os gastos com a saúde diminuíram, a produção automóvel bateu máximos de há cinco anos, as exportações permitiram um desempenho económico acima do esperado, explicando um crescimento negativo de – 0,9%, bem longe das previsões do Governo: - 2,2%. Até a RTP teve um saldo de 24 M€! Neste contexto, o desemprego diminuiu 0,3% e a criação de postos de trabalho tem um resultado líquido positivo. Em síntese, houve uma diminuição sensível no défice das contas públicas.
O Governo tem boas razões para sorrir com os resultados do 1º semestre, conseguidos pelos seus antecessores. A inexistência de um “desvio colossal” nas contas está confirmada pelos factos, ainda que o actual 1º Ministro tivesse desmentido esse boato o qual, no seu entender, se ficou a dever a má interpretação da comunicação social. Assunto encerrado!
A novidade está agora na insistência do Governo em manter as suas previsões de recessão em -2,2%. Fazendo fé no INE, seria necessário que o desempenho deste Governo no 2º semestre se transformasse no maior desastre económico da história ao registar um resultado de – 4%. Não queremos acreditar, nem desejamos que tal aconteça, porque o que nos foi dito - e os eleitores subscreveram maioritariamente – é que com a Direita tudo ficaria melhor. Assim deverá ser!
O senhor Presidente da República também nos fez acreditar no mesmo. Fala mesmo num tempo novo, de esperança na capacidade dos portugueses e converteu-se àqueles que sempre contestaram as agências de rating. Agora também contesta! Mais vale tarde do que nunca!
E a nossa fé nas suas palavras é enorme! Disse, e bem, que há um “limite para o sacrifício das pessoas”. Nessa altura ainda não tinha sido cortado metade do subsídio de Natal, nem o IRS tinha aumentado 3,5%, nem o IVA iria subir mais, nem o gás e electricidade tinham aumentado 15%, nem tão pouco os transportes tinham subido até 25%. Veremos o que dirá nas suas próximas conversas em família..
E, verdade seja dita, o Governo não se tem poupado a esforços. Já tirou “a gravata” na agricultura, conseguiu a Santa Casa da Misericórdia para Santana Lopes, aumentou o número de gestores da Caixa Geral de Depósitos - e agora só ganham 15 mil euros, apenas o dobro do 1º Ministro - e até fez uma lei para vetar os resultados dos concursos para a Administração Pública, não vá alguém ganhar contra a vontade do respectivo ministro.
Não há dúvida, o país está a mudar!
DV 2011.08.26
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