A Renascença analisou os valores das novas contratações do Executivo de Passos Coelho. O Ministério da Economia lidera a tabela, com 60 novos elementos.
O Governo de Passos Coelhos fez 441 nomeações em dois meses – dá uma média ligeiramente superior a sete por dia. O salário médio das novas contratações ronda os 2.600 euros mensais brutos.
O custo anual em salários com estas nomeações ronda os 37 milhões de euros por ano. O cálculo é realizado a partir dos dados disponíveis no site do Governo que lista as nomeações para cargos na administração central, refere-se a nomeações até ontem à noite e os vencimentos mencionados são em valor bruto.
O salário mais alto é da chefe de gabinete do ministro da Economia, que recebe 5.821 euros mensais. O PS já tinha criticado este valor, por considerar que não é compatível com o discurso de poupança do Governo. Álvaro Santos Pereira justificou que a sua chefe de gabinete é uma "superchefe", tal como o Ministério que tutela, e que abdicou de uma salário muito maior no sector privado.
Já o salário mais baixo cabe aos oficiais de ligação com a PSP e GNR no Ministério da Administração Interna, que recebem 474 euros por mês.
Os motoristas também apresentam, em geral, vencimentos modestos, rondando os 500 euros, embora haja excepções. Os quatro motoristas da Secretaria de Estado da Cultura recebem 1.610 euros por mês, um valor quase equivalente às secretárias de todos os gabinetes, que recebem o salário padrão de 1883 euros – a excepção é uma das secretárias pessoais no gabinete de Paulo Portas, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que ganha 2.028 euros por mês.
Na Secretaria de Estado da Cultura existe uma adjunta que ganha 4.724 euros, mais que o chefe de gabinete, que aufere 3892 euros mensais.
Na Secretaria de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, é na Estrutura de Acompanhamento dos Memorandos (ESAME) que há vencimentos mais altos. Os sete especialistas que compõem esta equipa recebem, em média, 4.270 euros por mês.
Ministério da Economia faz 60 novas nomeações
O Ministério que mais nomeações fez foi o de Economia e Emprego, que tem 60 novos elementos. Segue-se o Ministério da Agricultura, Ambiente e Ordenamento do Território, com 52 nomeações. O mais modesto foi o da Solidariedade e Segurança Social, que tem apenas 11 novos elementos.
O estatuto remuneratório nos gabinetes ministeriais dita que o chefe do gabinete do primeiro-ministro recebe 4.592 euros por mês, o que inclui as despesas de representação. Os chefes dos restantes gabinetes recebem 3.892 euros mensais, à excepção da já citada chefe do gabinete de Álvaro Santos Pereira.
O assessor de gabinete do primeiro-ministro aufere 3.653 euros mensais, ao passo que o adjunto recebe 3.287 euros por mês. Os adjuntos dos restantes gabinetes recebem 3.069 euros mensais, de longe o ordenado mais recorrente nestas nomeações.
Estes não são ainda os valores finais, visto que restam publicar os despachos de nomeação que ainda estão em fase de elaboração para a publicação em Diário da República.
O portal do Governo onde constam estes dados foi lançado a 29 de Julho. Passos Coelho afirmou que a criação deste site tem o objectivo de "retirar as nomeações da esfera estritamente política".
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