Económico com Lusa
O director do Centre for Economics and Business Research (CEBR) considerou hoje que a Itália vai ser obrigada a pedir ajuda financeira. Para Douglas McWilliams, foi o fracasso dos líderes europeus em resolver os problemas das suas economias antes das férias de Agosto que colocou Espanha e Itália na mira dos mercados internacionais, que estão a colocar as taxas de juros exigidas para comprar dívida pública em níveis que se aproximam perigosamente da barreira dos 7%.O primeiro-ministro espanhol, Jose Luiz Rodrigues Zapatero, foi forçado a interromper as férias e convocar uma reunião de emergência com membros do seu Governo, enquanto que o seu homólogo italiano, Sílvio Berlusconi, ainda não suspendeu os planos para o verão, mas já anunciou um programa de 7,4 mil milhões de euros para relançar a economia e várias reuniões com as instâncias nacionais.
Na quarta-feira, Berlusconi discursou no parlamento italiano onde associou a crise italiana à especulação e afirmou que a Itália "não merecia ser punida nos mercados."
De acordo com o presidente executivo do CEBR, Itália e Espanha têm dinâmicas diferentes: se, no caso espanhol, a dívida não deverá ultrapassar os 75% do Produto Interno Bruto (PIB).
Já em Itália, os cálculos feitos pelo analista vão noutra direcção e apontam para uma dívida equivalente a 128% do PIB.
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Em Itália, e apesar de Berlusconi ter implementado medidas austeras de restrição orçamental, estas parecem insuficientes. De acordo com os cálculos do CEBR, se os italianos continuarem a financiar-se nos mercados com juros superiores a 6 por cento, a dívida poderá atingir os 150% do PIB em 2017.
Mesmo que os custos dos empréstimos baixem para os 4%, o analista estima que a dívida italiana atinja os 123% do PIB em 2018.
Caso os juros das obrigações italianas comecem a negociar acima dos 7%, a dívida italiana tornar-se-á insustentável para os mercados, argumenta o analista, que antevê um futuro negro para o governo de Sílvio Berlusconi, uma vez que o crescimento dos países do Sul da Europa está praticamente estagnado, o que em nada contribui para reforçar quer a moeda única, quer os países do euro
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