Pedro Passos Coelho, na última semana,
fez publicar numa revista aquilo que foi denominado de “Manual para Governar”. Ao longo de 8 páginas e doze títulos
encontram-se enunciadas as medidas que o Presidente do PSD quer assumir depois
de provocar a crise política e ganhar eleições – se tal acontecer, diga-se!
Vejamos alguns exemplos: Melhorar a remuneração dos governantes; Garantir mais gestão privada nos
hospitais; Rever tabelas de
preços de financiamento dos hospitais públicos; Criar um regulador das escolas;
Profissionalizar a gestão das universidades públicas; Realizar permanentemente “road shows”
junto dos credores da dívida do estado e das agências de “rating”; Conceder benefícios fiscais a grandes
empresas que tenham à sua volta uma “nuvem” de PME; Permitir a redução de salários durante
18 meses em caso de dificuldades financeiras extremas nas empresas; Acabar com
as “golden shares”; Vender o
património da defesa em áreas de luxo com potencial imobiliário e vender o
negócio de seguros da CGD.
Ao menos são sinceros. Negócio e mais
negócio. Privados e mais privados. Até dos reitores das universidades
desconfiam. Têm que ser gestores de fora. Qual autonomia!
Lágrimas derramadas pela diminuição
salarial na administração pública e eis que vão
aos trabalhadores da privada reduzir-lhes os salários durante 18 meses, para
começar, se as empresas tiverem dificuldades.
No entanto, mesmo em crise, para si
governantes – se provocarem eleições e as ganharem – a primeira medida será a de se
aumentarem, embora os outros se fiquem com a redução salarial.
Agora compreende-se melhor, muito
melhor, quando Passos Coelho comparou o país a um pote – “se quisesse já tinha ido ao pote”!
Acresce que querendo provocar eleições e chamar o FMI – e tudo fazem para o
efeito – ainda não publicitaram o que aconteceu na Irlanda e na Grécia: desde juros mais elevados, passando
pelo fim do 13º mês, até aos despedimentos na administração pública. Nada
disseram
E como Portugal e o Luxemburgo são os
únicos dois países na Europa que pagam aos reformados, para além do subsídio de
férias, um 14º mês convinha dizer
o que vai acontecer também. Os
portugueses em geral e os reformados em particular têm, desde já, o direito a
saber!
Bom, o Dr. Passos Coelho, apesar do Prf.
Dr. Nogueira Leite dizer que tarda a conhecer-lhe “um pensamento profundo”, não tem desculpa por esta omissão e,
mais cedo do que tarde, tem que nos vir esclarecer sobre este seu “livro de
instruções para governar”
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