«Foi um discurso que, tendo em conta a situação actual, é razoável. Poder-se-á dizer que esqueceu a crise externa e a influência da crise externa na nossa própria crise», afirma o ex-Chefe de Estado, em declarações aos jornalistas.
A mesma opinião tinha sido defendida quarta-feira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, após a cerimónia da tomada de posse, na Assembleia da República:
«Manda a verdade que, em nome de um diagnóstico sobre a situação portuguesa, não se deixe de referir a crise internacional na origem aliás das dificuldades de todos os países, da dificuldade de Portugal, da dificuldade grega, irlandesa, espanhola, inglesa, dos Estado Unidos, do Japão e por aí fora».
Ramalho Eanes encabeçou a Comissão de Honra da candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, tal como já tinha acontecido no primeiro mandato.
Depois de referir que «há países que resistiram à crise e outros que não resistiram», Ramalho Eanes considerou «as acusações» que são feitas ao Governo socialista «excessivas».
«O Presidente teve ocasião de dizer que nós temos uma década perdida. Não é da responsabilidade deste Governo, ou pelo menos não é da responsabilidade exclusiva deste Governo», afirmou.
Ramalho Eanes também qualificou de «razoável» o apelo de Cavaco Silva à sociedade civil, afirmando que esta não pode continuar a fazer o que tem feito «sistematicamente».
«Esperar que o Governo faça tudo. E o Governo não pode fazer tudo, porque não faz milagres», acrescentou.
Considerou ainda o apelo à juventude «importante» e referiu-se à manifestação da «geração à rasca», no sábado, como «efémera».
Lusa / SOL
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