O secretário-geral do PS desafiou hoje o PSD a pronunciar-se de imediato sobre a moção de censura anunciada pelo BE, acusando os sociais-democratas de colocarem em causa o interesse nacional e questionando se é possível "confiar" naquele partido.
"Não haja enganos, porque o que está em causa é verdadeiramente grave e não há tempo a perder, o dever de quem se quiser manter do lado do interesse nacional é cortar desde já com esta aventura irresponsável e acabar desde já com qualquer dúvida ou com qualquer ambiguidade, cada dia que passa nesta incerteza é um golpe contra a confiança e um sinal de desprezo pelo esforço dos portugueses", afirmou José Sócrates.
O líder do PS, que discursava no encerramento do Fórum Novas Fronteiras -- Defender Portugal, no Centro de Congressos de Lisboa, referiu-se ao PSD para questionar se "o país pode confiar em quem perante uma situação como esta não é capaz de dar uma resposta pronta, clara e definitiva".
"A pergunta que fica é esta, então agora o maior partido da oposição admite ir atrás da liderança da esquerda radical? Será que a sede do poder e o calculismo político já chegou a um ponto que permite que o maior partido da oposição não se aperceba de que lado está o interesse nacional?", interrogou.
Para José Sócrates, o facto de o PSD não ter anunciado ainda sua posição "passa as marcas".
"Enquanto uns trabalham para defender o seu país, enquanto uns lutam e dão o seu melhor pelo país num momento de dificuldades, os partidos da oposição entretêm-se na Assembleia da República a discutir se é agora ou se é daqui a mais um bocado que lhes convém deitar por terra todo o esforço dos portugueses", disse.
O líder do PS acusou o BE de se render ao "taticismo e radicalismo", dizendo que aquele partido é movido pela "hostilidade ao PS, à Europa e até à recuperação da confiança na economia europeia e portuguesa".
Em seguida, Sócrates ironizou sobre os que defendem que "é preciso ter tempo para pensar no assunto, e até que é preciso ver o texto, os considerandos" da moção de censura:
"Então agora estamos nesta situação, o Governo cai ou não cai, o país entra ou não entra em crise política, por causa da habilidade que terão ou não terão os autores de uma moção de censura proveniente da extrema-esquerda".
"Temos todos que fazer ouvir a nossa voz, denunciando a política do quanto pior melhor e a ânsia do poder a qualquer custo que tanto agita os círculos vários da oposição", afirmou.
Sócrates considerou ainda que "não há nenhuma razão de interesse nacional para provocar agora instabilidade política", dado que "o Orçamento está aprovado, o Governo está a executar as suas medidas, os resultados começam a aparecer, como aliás todas as instituições internacionais reconhecem e aplaudem".
"O tempo é de concentração no trabalho e não de andar a criar crises artificiais por mera conveniência partidária",
LUSA
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